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    Se diminui o risco e aumenta a oportunidade, a corrupção volta, diz Moro

    Para o ex-ministro da Justiça, está sendo desmontada a 'máquina' que possibilitou a Operação Lava Jato

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    Juiz responsável pela Operação Lava Jato no Paraná entre 2014 e o final de 2018, Sergio Moro criticou a afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que a força-tarefa “acabou” para o seu governo porque não haveriam casos de corrupção, segundo ele, a serem investigados.

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (13), o ex-ministro da Justiça argumentou que a “máquina” da Lava Jato precisa ser mantida para manter no horizonte de políticos potencialmente corruptos o “risco” de virem a ser investigados.

    “A decisão de cometer um crime de corrupção envolve sempre risco e oportunidade. Se diminui os riscos e aumenta as oportunidades, a corrupção vai aparecer, ela volta. Não podemos achar que vamos coibir essas práticas unicamente confiando na virtude das pessoas”, disse Moro.

    O ex-juiz e ex-ministro foi entrevistado pelos âncoras da CNN Carol Nogueira e Caio Junqueira e pelos analistas Fernando Molica, Iuri Pitta, Renata Agostini e Thais Arbex.

    Para Sergio Moro, está sendo desmontada a “máquina” que possibilitou a Operação Lava Jato, tratando em especial da prisão após condenação em segunda instância. Ele relembrou o ministro Teori Zavascki, que foi relator da decisão pró-segunda instância, de 2016, e também era o relator da Lava Jato no STF.

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    “Casos como mensalão, petrolão, anões do orçamento. Estamos realmente com risco de voltar ao passado, porque estamos desmontando a máquina que foi criada durante a Lava Jato. Essa máquina foi criada não pela Lava Jato, foi o Supremo Tribunal Federal. Foi em fevereiro de 2016, relator sendo o saudoso, que eu acho que é um herói brasileiro, ministro Teori Zavascki”, disse Moro.

    O ex-ministro criticou o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, mesmo com a aprovação em alta e influência no Congresso, o presidente não se engaja na agenda anticorrupção. “Estamos vendo isso escoar sem que haja um esforço coordenado do governo e do Congresso para preservar esses institutos”, afirma.

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