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    Salles diz que CPI do MST já tem 98% do necessário para o relatório final

    O relator não deve pedir prorrogação dos trabalhos da comissão, que encerram no dia 14 de setembro

    Brenda Silvada CNN* , em Brasília

    O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), afirmou que já há informações suficientes para fazer o parecer final.

    “Se tivéssemos que fazer hoje um relatório, eu diria que 98% das questões necessárias para compor um relatório dessa natureza já estão juntadas aos atos, já foram coletadas na CPI”, disse.

    O relator afirmou que a CPI ficou cerca de um mês sem atuar, por conta de recessos legislativos e outras pautas no plenário da Câmara dos Deputados, que travaram as comissões. Mesmo assim, Salles acredita que não há necessidade de prorrogar a CPI do MST.

    “Porém, os deputados da CPI discutiram de forma consensual de que não deveríamos encerrar os trabalhos pelo menos antes de ir à Bahia, que é o epicentro da invasão de propriedade no Brasil”, completou.

    Para Salles, a comissão mostrou que foi constatado uma “indústria de invasão de terra no Brasil”. A acusação é que líderes dos movimentos utilizaram as liberações de terras e a autoridade dentro dos assentamentos para ganhos políticos e econômicos.

    Nesta quinta-feira (17), a CPI recebe o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para falar da atuação do governo nas questões agrárias.

    O ministro foi chamado após o anúncio do líder do MST, João Pedro Stedile, de promover ocupações de terras em todo o Brasil.

    A CPI do MST começou em 18 de maio deste ano e o seu prazo de 120 dias termina em 14 de setembro. Caso seja prorrogada, a comissão pode atuar por mais 60 dias. A CPI é presidida pelo deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS).

    A CNN mostrou na quarta-feira (16) que deputados aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preparam um relatório alternativo na CPI.

    A intenção é fazer um contraponto ao documento a ser apresentado pelo relator, que foi ministro do Meio Ambiente na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

    O texto da base aliada é coordenado pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP). Ele afirmou à CNN que, desde o início da comissão, os governistas se preparam para elaborar um relatório alternativo, pois, na visão dele, o colegiado foi criado com o objetivo de criticar o MST e criminalizar a luta pela reforma agrária.

    A apresentação concreta do documento alternativo deve depender do texto a ser entregue por Salles. De todo modo, a base aliada pensa em derrotar em votação o relatório do ex-ministro de Bolsonaro.

    VÍDEO: CPI do MST: governistas preparam relatório alternativo em contraponto a Salles

    *com informações de Luciana Amaral e Marcos Amorozo

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