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    Salles considera alterar metas de desmatamento ilegal na Amazônia

    Pasta propôs que seja desconsiderada a meta de redução do desmatamento e incêndios ilegais em 90% em todo país até 2023

    Tainá Farfan e Marcos Amorozo, da CNN, em Brasília

    O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não negou, em coletiva nesta terça-feira (4), que considera alterações nas metas intermediárias do Plano Plurianual (PPA) do governo para reduzir o desmatamento ilegal no país, mas afirmou que a meta final é reduzir em 100% até 2030. 

    Em um ofício enviado para o Ministério da Economia, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, o Ministério do Meio Ambiente propôs que seja desconsiderada a meta de redução do desmatamento e incêndios ilegais em 90% em todo país até 2023, prevista no Plano Plurianual do governo.

    Em contrapartida, o ministério iria garantir a preservação de uma área de 390 mil hectares de vegetação nativa na Amazônia por meio do programa “Floresta+ Amazônia”.

    “A meta é de 100% da redução do desmatamento ilegal no prazo contido no compromisso brasileiro, que é 2030. Então a gente precisa ir estabelecendo as estratégias ano a ano, passo a passo, para atingir o compromisso de desmatamento ilegal zero em 2030… A solução que se dá é ir colocando cada um dos programas, como o Floresta+ e o Adote um Parque, para atingimento completo da meta. Essa estratégia foi discutida com o Ministério da Economia e ficou consensuado que esta forma de fazer o atingimento da meta, através de passos concretos, é a maneira mais adequada”, afirmou o ministro. 

    A pasta da Economia afirmou em nota que “concorda com o pleito apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente, de tornar a meta do Programa de Prevenção e Controle do Desmatamento e do Incêndio dos Biomas do PPA compatível com as metas definidas no Acordo de Paris” e que “a meta de redução de 100% do desmatamento ilegal até 2030, prevista na nossa Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC)” está mantida. 

    Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que “as metas intermediárias devem indicar os programas que serão utilizados ao longo dos próximos 10 anos para alcançar a meta total e é isso que está sendo ajustado no PPA”. 

    Fundo Clima

    Ricardo Salles e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, assinaram a transferência de R$ 350 milhões do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima para que o banco possa investir em saneamento e manutenção dos resíduos sólidos. 

    De acordo com o BNDES, cada projeto de financiamento aprovado pode receber um valor máximo de R$ 30 milhões a cada 12 meses. Salles também anunciou um programa de manutenção da preservação da Amazônia, e citou a criação do programa “Adote um Parque” – política ainda em desenvolvimento – e a disponibilização de parques nacionais na Amazônia para concessão ao setor privado, para que sejam usados para ecoturismo.

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