Salles cogitou colocar cargo à disposição após operação contra crimes ambientais
Interlocutores disseram à CNN que o presidente Jair Bolsonaro disse ter plena confiança em Salles e que a operação na Amazônia era um ataque ao ministro
Após operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (19) que apura irregularidades na exportação de madeira do país, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cogitou colocar seu cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo a CNN apurou, logo depois de ir à superintendência da PF em Brasília para tentar buscar informações sobre a investigação, Salles foi ao Palácio do Planalto.
De acordo com relatos, Salles começou a conversa indicando ao presidente que ele poderia ficar à vontade para tomar qualquer decisão, mas Bolsonaro não teria deixado o ministro terminar de falar. Interlocutores disseram à CNN que o presidente disse ter plena confiança em Salles e que a operação era um ataque ao ministro.
A operação da Polícia Federal contra Salles teve início a partir de informações da embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Ela apura indícios de contrabando de madeira da floresta amazônica.
Na decisão em que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que, com base em depoimentos e documentos, há suspeitas sobre a existência de “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.
Moraes aponta que, além de documentos, a embaixada “forneceu à Polícia Federal amostras das respectivas madeiras apreendidas pelas autoridades norte-americanas”.
“As amostras foram colhidas em consonância com as diretrizes estabelecidas pela equipe do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e, atualmente, encontram-se acauteladas nesta unidade policial.”