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    Saída de Guedes daria força às pautas bombas, diz cientista político

    "Governo terá que mobilizar a sua coordenação política para evitar surpresas negativas”, avaliou Murillo de Aragão

    Da CNN, em São Paulo

    Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter afirmado em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (17) que a saída de Paulo Guedes “nunca foi cogitada”, ainda há especulação sobre a permanência ou não do ministro da Economia no governo.

    Para o cientista político Murillo de Aragão, à medida em que os rumores em torno de uma possível saída de Guedes aumentam, cresce o risco das chamadas “pautas bombas” ganharem força no Congresso Nacional.

    “O Congresso tem uma série de projetos, leis e vetos que são mais ou menos uma espécie de pauta bomba para o aspecto fiscal das políticas públicas. As votações nesta semana podem ser um indicativo do perigo que estou mencionando”, disse à CNN.

    “Existem vetos importantes que podem ter no seu conjunto um impacto de mais de R$ 100 bilhões. Evidente que não esperamos que esses vetos todos sejam derrubados. Mas, por outro lado, o governo terá que mobilizar a sua coordenação política para evitar surpresas negativas”, continuou.

    O cientista político falou também sobre a popularidade do presidente Bolsonaro — que subiu em meio à pandemia do novo coronavírus. 

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    Murillo de Aragão
    O cientista político Murillo de Aragão
    Foto: CNN (17.ago.2020)

    Pesquisa divulgada pelo Datafolha na semana passada apontou que 37% dos brasileiros consideram o governo de Jair Bolsonaro ótimo ou bom, a melhor avaliação desde o início do mandato. 

    “É evidente que a notícia da popularidade do presidente chega ao Congresso e dá força à articulação política do governo. A presença de Ricardo Barros como líder do governo na Câmara também é um elemento que reforça a coordenação política e pode minimizar alguns riscos”, afirmou.

    No entanto, para Aragão, a definição final das políticas públicas atualmente tem uma participação “muito relevante” da Câmara dos Deputados e do Senado.

    “Então não é factível esperar que o governo ganhe todas mesmo com a popularidade do presidente e também com reforço na coordenação política”, concluiu.

    (Edição: Paulo Toledo Piza).

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