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    Saída de diretores do IBGE: Instituto quer mudar nome de sindicato

    Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE alega que o instituto quer a retirada da sigla "IBGE" do nome da corporação

    Lucas Schroederda CNN , São Paulo

    Em meio a duas exonerações no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE) acusa a direção do instituto de querer forçar uma mudança no nome da associação. O ASSIBGE afirmou, na quinta-feira (23), ter recebido uma notificação extrajudicial com o pedido.

    De acordo com o sindicato, apesar de a autoria do documento ser do presidente do IBGE, o economista Márcio Pochmann, a notificação conta apenas com a assinatura do procurador-chefe do instituto público, Carlos Alberto Pires de Carvalho e Albuquerque Junior.

    Em nota divulgada ontem, O ASSIBGE classificou o episódio como uma “nítida medida retaliatória”.

    “A manifestação do procurador reafirma não ver qualquer ilicitude em utilizar a denominação IBGE+ para a nova fundação de direito privado, mas que o mesmo não se daria com a ASSIBGE, que de acordo com o procurador, não poderia englobar tal sigla“, diz trecho do comunicado do ASSIBGE.

    A tensão entre o sindicato e o IBGE teve início no ano passado, depois da criação da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE, chamada de IBGE+. O braço da instituição produz projetos e pesquisas para instituições privadas. Os recursos são direcionados ao IBGE.

    Conforme o ASSIBGE, o pedido da direção do IBGE “soma-se a outras medidas antissindicais adotadas recentemente pela presidência do IBGE: criminalização de greves, utilização da comunicação institucional para atacar o sindicato, ameaça de cobrança de aluguéis retroativos por espaços cedidos pelo IBGE ao sindicato”.

    O sindicato argumenta que a utilização da sigla de órgão público em nomes de sindicatos e associações de servidores é prática comum no país. “Dessa forma, a tentativa de impedir os servidores de utilizarem o nome de seu próprio órgão não ataca apenas o direito de organização dos IBGEanos, mas sim o conjunto do funcionalismo público, uma vez que pode ser replicado em outros institutos”, afirma o sindicato.

    A História não se apaga, não nos intimidaremos, tampouco abriremos mão do nosso nome que simboliza anos de luta e conquista para os trabalhadores e trabalhadoras da casa

    Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE)

    A CNN entrou em contato com o IBGE e aguarda retorno.

    Críticas

    Em setembro passado, uma carta apócrifa com críticas à gestão Pochmann e um pedido de exoneração do presidente do IBGE chegou a circular entre servidores do instituto. Intitulado como “Declaração Pública dos Servidores do IBGE”, o documento apresenta o IBGE+ como pivô das insatisfações dos empregados.

    Segundo a carta, trata-se de “uma entidade de apoio de direito privado, implementada sem qualquer diálogo com os trabalhadores”.

    “Formalizada em sigilo por 11 meses e anunciada dois meses após sua oficialização em cartório, essa fundação gera dúvidas quanto a sua real finalidade e ao impacto que terá sobre a independência técnica e administrativa do instituto”, diz parte do texto.

    Exoneração

    Em janeiro deste ano, os diretores Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto pediram exoneração e deixaram os cargos devido ao descontentamento com a gestão de Pochmann.

    Além disso, no último dia 15, o ASSIBGE divulgou um comunicado criticando a criação do IBGE+ e afirmando que o braço foi desenvolvido “paralelamente e em segredo”.

    Na ocasião, Pochmann rebateu as críticas e declarou que os servidores estavam divulgando mentiras.

    Conforme noticiou a CNN no último dia 20, também circulou uma carta aberta assinada por mais de 100 servidores do instituto com críticas ao presidente do IBGE.

    *Com informações de Rebeca Borges, da CNN, em Brasília

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