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    Rosa Weber diz que cúpula do Judiciário tem participação ínfima de mulheres

    Fala foi feita durante visita do presidente da Finlândia ao STF no dia da indicação de Zanin para a Corte

    Lucas MendesJoão Rosada CNN , em Brasília

    A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, recebeu na tarde desta quinta-feira (1º) o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, e falou sobre a pouca participação feminina na Corte.

    A magistrada disse ao finlandês que há pouca presença de mulheres nos órgãos de cúpula do Judiciário brasileiro, ao questioná-lo sobre como é a participação feminina na Suprema Corte do país europeu.

    “Aqui, no Brasil, temos muitas mulheres na base da magistratura”, disse. Rosa afirmou que o número de mulheres vai diminuindo em outras instâncias e que, na cúpula, é “ínfimo”.

    Nos quatro tribunais superiores (TST, TSE, STJ, STM) e no STF há 92 vagas para magistrados. Apenas 17 são ocupadas por mulheres, o que representa 18,4% do total.

    Weber disse ainda que foi a primeira magistrada de carreira a integrar o STF. Além dela, só Cármen Lúcia e Ellen Grace (aposentada) ocuparam um lugar no Supremo.

    Na Finlândia, disse Niinistö, a Suprema Corte tem 18 integrantes, dos quais seis são mulheres.

    O encontro com o presidente finlandês foi feito no Salão Nobre do STF. Os ministros Luís Roberto Barroso, vice-presidente da Corte, Alexandre de Moraes e Luiz Fux também estavam presentes, além do procurador-geral da República, Augusto Aras.

    Weber lembrou ao presidente europeu que o prédio do Supremo e outras sedes de Poderes em Brasília foram alvo de ataques no dia 8 de janeiro e afirmou que a democracia e o Estado Democrático de Direito continuaram “inabalados”.

    A fala da presidente da Corte foi feita horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar a escolha do advogado Cristiano Zanin para a vaga aberta no STF.

    Zanin foi advogado de Lula. Ele representou o petista em processos notórios da Lava Jato e foi um dos responsáveis pelos recursos que acabaram levando à saída de Lula da prisão e à anulação das sentenças contra ele.

    O presidente confirmou mais cedo nesta quinta a indicação de Zanin para a vaga no STF. O nome ainda precisará da aprovação do Senado Federal.

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