RJ tem ‘tempestade perfeita’ para impeachment de Witzel , diz cientista político
O cientista político Lucas de Aragão avalia que 'dificilmente Witzel vai conseguir reverter o quadro'
O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), “dificilmente vai conseguir reverter o quadro” que o levou ao processo de impeachment em curso na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
A avaliação é do cientista político Lucas de Aragão, em entrevista à CNN, nesta quarta-feira (23) – data que marca a votação da continuidade do processo de impedimento de Witzel. “A situação de Witzel é complicada. A tendência é muito clara no plenário da Alerj”, analisa Aragão.
“O processo de impeachment é um conjunto de fatores, com uma série de variáveis que acabam gerando uma tempestade perfeita”, definiu. “Se a gente olhar para a situação do RJ hoje, temos uma tempestade perfeita para tirar Witzel do cargo”, afirma, explicando.
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“A opinião pública é a favor do impeachment, a Alerj perdeu completamente a motivação de ajudar o governador, já que ele tensionou muito a situação e criou uma animosidade. O terceiro motivo é que a Alerj olha para o dia seguinte a Witzel e percebe um pouco mais de conforto com o vice-governador do que com ele”, analisou.
Aragão vê, neste contexto, que a postura mais política de Cláudio Castro, o governador em exercício no RJ, é outro ponto considerado pelos parlamentares.
“Na cabeça dos deputados da Alerj, quando o dia seguinte tem uma situação mais confortável politicamente para os atores que participam no processo é mais fácil caminhar nessa direção [do impeachment]”, concluiu.
Apesar das estratégias para se defender, Witzel desistiu de ir à Assembleia Legislativa do Rio fazer sua defesa presencialmente e irá falar por meio de videoconferência.
Em outro movimento, a defesa dele voltou a pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (23), a suspensão do processo de impeachment do político na Alerj.
(Edição: Sinara Peixoto)