Requerimento para convocar filhos de Bolsonaro à CPI será avaliado, diz Randolfe
Á CNN, vice-presidente da comissão que avalia ações e omissões na pandemia diz, porém, que eles só serão chamados se houver elementos que precisem de apuração
O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta quinta-feira (6) que requerimentos para convocar os filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a prestarem depoimento já estão prontos, mas serão avaliados antes de serem colocados em votação.
“O requerimento está pronto, mas vamos analisar a conveniência porque não existe nada de pessoal contra o presidente ou contra qualquer um dos filhos dele. Temos que encontrar se existem mais elementos que nos levem a participação deles nesse chamado gabinete paralelo”, disse Randolfe em entrevista à CNN.
Para ele, esse “gabinete paralelo” tinha uma estratégia diferente da que foi adotada pelos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich – tendo contribuído para a demissão deles –, ao apoiar medidas para buscar a imunidade coletiva, ou imunidade de rebanho.
“Por mais que o vereador no Rio de Janeiro se dedique mais a um gabinete de ódio e fake news, atacando notadamente os membros desta CPI, por mais que cada um de nós pudéssemos ter razão particular, não seremos levados pelo fígado”, completou, se referindo a Carlos Bolsonaro.
“Repito o que já disse várias vezes: CPIs não investigam pessoas, investigam fatos. Fatos podem levar a responsabilização das pessoas.”
Randolfe disse ainda acreditar que o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello – adiado para o dia 19 – deve ser o que oferecerá mais respostas para compreender a atual situação da pandemia no país.
“Primeiro, por uma razão óbvia: ele foi o ministro que mais tempo durou na pasta. Segundo, me parece que a estratégia do gabinete paralelo da pandemia (…) foi incorporada por Pazuello”, explicou.
Já sobre o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ele afirmou que os senadores tentarão entender como ele enfrenta a contradição de ter que adotar uma política na pasta que diverge do que é defendido pelo próprio presidente.
Por fim, sobre o diretor-presidente da Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, que também deve ser ouvido na CPI nesta quinta-feira (6), o vice-presidente da comissão afirmou que a ideia é entender os comportamentos dele e da agência.
“Lembremos também que no início da pandemia a Anvisa chegou a ir para a Justiça contra a medição de temperatura em alguns aeroportos brasileiros”, ressaltou.
“Também queremos questionar se existe algum tipo de politização, tanto anteriormente no atraso, vou tratar assim, da autorização para o uso da Coronavac, quanto atualmente, sobretudo, no caso da vacina Sputnik.”