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    Representante da Davati recebeu R$ 4,2 mil de auxílio emergencial

    Negociador de 400 milhões de vacinas recebeu nove parcelas do benefício, mostra portal do governo federal

    Teo Cury, da CNN, em Brasília

    O empresário Cristiano Alberto Hossri Carvalho, representante da Davati Medical Supply no Brasil, recebeu R$ 4,2 mil de auxílio emergencial do governo entre abril e dezembro do ano passado. A informação, que consta no Portal da Transparência, foi antecipada pelo jornal “O Globo” e confirmada pela CNN.

    Das nove parcelas recebidas por Carvalho em 2020, cinco foram no valor de R$ 600 e outras quatro no valor de R$ 300. O auxílio emergencial é um benefício pago pelo governo federal, por meio do Ministério da Cidadania, para garantir uma renda mínima aos brasileiros em situação mais vulnerável durante a pandemia do novo coronavírus.

    A reportagem da CNN entrou em contato com a assessoria da Davati para pedir um posicionamento de Carvalho, mas não obteve resposta.

    O empresário, que tinha poderes para negociar com o Ministério da Saúde a venda de vacinas da AstraZeneca, prestará depoimento à CPI da Pandemia nesta sexta-feira. No final da última semana, a defesa de Carvalho entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para que ele possa permanecer em silêncio durante o depoimento.

    Carvalho é apontado pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), como sendo o “mentor” das denúncias de corrupção apresentadas pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti contra Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. 

    “O grande mentor disso tudo, de ele [Dominghetti] dar entrevista, de ele falar sobre o dólar [de propina por dose de vacina da AstraZeneca], se chama Cristiano, que é representante da Davati no Brasil. Esse cidadão tem que depor na CPI”, argumentou Aziz em entrevista à CNN. “Não vejo maldade no Dominghetti, vejo maldade no Cristiano”, pontuou.

    Carvalho foi quem apresentou o policial militar Luiz Paulo Dominghetti à reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que expôs o suposto esquema de corrupção relacionado a doses de vacinas AstraZeneca. Carvalho disse que Dominghetti é seu intermediário em negociações diretas com o Ministério da Saúde e que não participou das tratativas diretamente.

    Quando a entrevista foi divulgada pelo jornal, a Davati explicou que “o único representante credenciado da Davati Medical no Brasil para facilitar a oferta de vacinas contra a Covid, Cristiano Alberto Carvalho, o qual detinha poderes limitados, esteve no Ministério da Saúde para tratar sobre a possível negociação de fornecimento de doses da vacina detidas por allocation holder do laboratório AstraZeneca”.

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