Renan, Randolfe e Humberto Costa deixam sessão da CPI da Pandemia
Relator e vice-presidente da comissão se recusaram a continuar de sessão com médicos que defendem 'tratamento precoce' contra a Covid-19
O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se recusou a fazer perguntas para os médicos infectologistas convidados para falar na comissão a favor de ‘tratamento precoce’ contra Covid-19 e se retirou da sessão.
“Com todo respeito, mas eu me recuso a fazer qualquer pergunta aos depoentes. Não dá para continuar nesta situação. A CPI tem papel de dissuadir práticas criminosas, como essa do presidente da República”, disse, se referindo à transmissão na véspera feita por Jair Bolsonaro (sem partido) em sua conta no Facebook criticando vacinas contra o novo coronavírus.
“E ele continua a fazê-lo. Isso não pode continuar. Chegaremos sábado a meio milhão de mortes por Covid no Brasil. E ainda continuamos a ouvir esse tipo de irresponsabilidade. Precisamos dar um basta nisso tudo.”
O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) se manifestou e disse lamentar a posição de Renan de não ouvir dos depoentes.
“Dois pesos, duas medidas. Aqui tem médicos. A doutora Natália [Pasternak] não tratou nenhum paciente”, diz o senador. “Não tem o que perguntar por que não te interessa. O tratamento que vossa excelência e muitos outros negam.”
Ele disse que Renan deveria questionar os médicos sobre a pesquisa de Manaus, mas foi ignorado por Renan, que se retirou da CPI junto com o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e com Humberto Costa (PT-PE).
Além do relator da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), seguem na sessão os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos do Val (Podemos-ES), Jorginho Mello (PL-SC), além de Heinze.
Tasso Jereissati (PSDB-CE), considerado independente, também registrou presença de forma virtual na sessão.