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    Quem foi Marielle Franco e o que ela defendia

    Vereadora se apresentava como "mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré"; motorista Anderson Gomes também foi baleado e morto na ocasião

    Da CNN , São Paulo

    Quase 2.000 dias após o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-policial militar Élcio Queiroz afirmou, em delação premiada, que o também ex-PM Ronnie Lessa foi o autor dos disparos.

    Relembre abaixo quem foi Marielle, o que ela defendia e por que o seu assassinato se tornou emblemático, mobilizando grupos da sociedade a pressionarem as autoridades pela resolução do crime.

    Vereadora da cidade do Rio de Janeiro pelo PSOL, eleita em 2016 com a quinta maior votação do município, Marielle Franco foi baleada à queima-roupa no dia 14 de março de 2018. O motorista Anderson Gomes, que conduzia o carro em que ela estava, também foi atingido e morto na ocasião.

    Até hoje, as investigações policiais não conseguiram identificar quem deu a ordem para o crime e o que teria motivado o caso. Apesar disso, há suposições de que a motivação seja o fato de Marielle incomodar os esquemas de poder das milícias existentes na capital fluminense.

    Aos 39 anos de idade quando foi assassinada, Marielle se apresentava como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”.

    Formada em sociologia pela PUC-Rio, onde teve bolsa de estudos integral, e com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense, Marielle fez sua dissertação sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) instaladas nas comunidades do Rio. O título do estudo foi “UPP: a redução da favela a três letras”.

    Assim, ela transitava entre vários espaços sociais: o de pobreza e marginalidade das comunidades; o da elite intelectual das universidades; e o de poder legislativo da Câmara de Vereadores. Marielle conhecia e denunciava problemas envolvendo milicianos e também criticava ações da Polícia Militar ao entrar nas favelas cariocas.

    Marielle também se apresentava como lésbica, tendo sido casada com a militante Monica Benicio, e se definia como feminista. O que aumentava a militância dela para essas pautas: defesa das mulheres e da comunidade LGBTQIAP+.

    Antes de se tornar vereadora, Marielle foi assessora do então deputado estadual Marcelo Freixo, filiado ao Psol naquela época. Com ele, ela participou da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

    No dia em que foi assassinada, a vereadora participou de um evento intitulado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa, região central do Rio.

    A principal hipótese das polícias é de que o crime foi uma execução. Marielle foi morta a tiros dentro de seu carro no bairro do Estácio, também no centro da cidade. Ela estava no banco de trás quando um outro veículo se aproximou e, de dentro dele, os disparos foram realizados.

    No início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou o Ministério da Igualdade Racial e nomeou a irmã de Marielle, Anielle Franco, para comandar a pasta. Em março, a ministra afirmou à CNN que a solução da morte da irmã será uma “resposta à democracia” dada pelo novo governo.

    “Sempre queria que o governo falasse sobre o tema, e mostrasse disposição e vontade de resolver, algo que não tivemos nos últimos 4 anos”, disse Anielle na ocasião.

    *Publicado por Pedro Jordão, da CNN

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