Relatório paralelo da CPI pede indiciamento dos 3G das Americanas
Documento elaborado pelo PSOL pede responsabilização dos acionistas majoritários Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles
Um relatório paralelo da Comissão parlamentar de inquérito (CPI) protocolado na noite desta segunda-feira (18) pede o indiciamento dos acionistas majoritários das Americanas, os chamados 3G: Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.
O documento de 47 páginas elaborado pelo PSOL diz que “os acionistas de referência devem ser responsabilizados por seu alto poder de influência e controle na gestão da empresa, bem como por figurarem com maioria e por representação no Conselho de Administração. Igualmente, os acionistas apontados eram controladores do grupo Americanas durante grande parte do período no qual a fraude já ocorria”.
Diz também que “os 3 acionistas identificados devem, mais ainda, constar no relatório desta CPI como responsáveis porque: (a) por meio da constatada fraude contábil, sabida e pactuada por eles, obtiveram ganhos financeiros sem causa legítima e legal, bem como (b) possuem histórico reprovável de reiteradas fraudes contábeis em suas empresas”.
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E que “há elementos e indícios suficientes para apontar a responsabilidade dos acionistas (…) seja por dolo ou culpa, ação ou omissão, negligência, imprudência ou imperícia, eis que se estavam no controle da Companhia, com alto grau de influência, sabiam da fraude e das inverdades lançadas em balanço, e tinham o dever estatutário de saber, devendo por consequência, serem todos indiciados”.
O relatório também pede a “inclusão como responsáveis pela fraude os administradores do grupo Americanas e das empresas de auditoria externa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes LTDA e a KPMG do Brasil” e a “responsabilidade de instituições bancárias, a saber, Banco Santander S/A; Banco Itaú Unibanco S/A; Banco ABC Brasil, não obstando a continuidade das investigações por órgãos competentes de forma a buscar comparar as práticas achadas, na documentação recolhida a esta CPI, com as práticas de outros bancos credores”.
Procurada pela CNN, a KPMG informa que, “por motivos de cláusulas de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes da firma”. A CNN aguarda retorno de outra consultoria, a PricewaterhouseCoopers.
A CNN procurou ainda as assessorias dos chamados 3G, das Americanas e dos bancos Itaú e Santander e aguarda um posicionamento.
A CNN também aguarda retorno do banco ABC Brasil.