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    Regras atuais do orçamento secreto pecam em transparência, diz professor

    Em entrevista à CNN, professor de direito constitucional da UFF, Gustavo Sampaio explicou que Congresso não detalha dados de execução das emendas suficientemente

    CNN Brasil

    As regras atuais que regem o pagamento das emendas de relator do Orçamento, também chamado de “orçamento secreto”, carecem de transparência, de acordo com o professor de direito constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), Gustavo Sampaio.

    O Supremo Tribunal Federal (STF) julga, nesta quarta-feira (7), as ações que discutem a constitucionalidade do orçamento secreto. A relatora do caso e presidente da Corte, ministra Rosa Weber, liberou na quinta-feira (1º) o tema para ser apreciado pelo plenário.

    Em novembro do ano passado, a ministra suspendeu o orçamento secreto com uma liminar (decisão provisória). O orçamento secreto se tornou uma moeda de troca entre o governo federal e o Congresso, uma vez que as emendas de relator não precisam ser distribuídas de forma igualitária entre os parlamentares.

    Em entrevista à CNN, o professor explicou que a decisão liminar monocrática de Rosa Weber “deixou claro que o problema não é em si haver ou não essas emendas, mas sim se há a transparência necessária para esses gastos”.

    A ministra entendeu que o orçamento secreto violava a Constituição nos princípios da publicidade, da transparência pública, da impessoalidade e da moralidade.

    “Após a suspensão da execução, o Congresso editou uma resolução estabelecendo critérios de transparência na execução das emendas, e assim liberou a verba. O problema é que essa resolução não foi suficiente”, disse Gustavo.

    “Não mostra, por exemplo, para qual parlamentar a verba foi canalizada. Ela é muito exígua na prestação das informações sobre de onde vem o recurso, para onde ele vai e qual parlamentar veicula o recurso”, acrescentou.

    “Isso está causando desconforto, demonstrando que a resolução do Congresso não satisfez o que foi determinado pelo STF. Hoje, a ação vai ao plenário, que vai dizer se o principio da transparência publica orçamentária está ou não atendido. Do jeito que está, não dá para ficar”, completou.

    A conclusão da discussão sobre a constitucionalidade das emendas de relator, conhecidas por orçamento secreto, não deve sair nesta quarta-feira (7), segundo ministros do Supremo Tribunal Federal ouvidos pela CNN. Isso porque há outros processos em pauta, e dia 8 é feriado no Poder Judiciário.

    “A definição pode não sair nesta quarta”, afirmou um dos ministros do STF à reportagem. É o mesmo entendimento de outros magistrados.

    Publicado por Léo Lopes, produzido por Jorge Fernando Rodrigues e Layane Serrano, da CNN

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