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    Regina Duarte toma posse como secretária de Cultura: “Propósito é pacificação”

    Atriz foi oficializada no cargo em cerimônia no Palácio do Planalto com presença do presidente Jair Bolsonaro

    Com missão de ter papel conciliador com a classe artística, a atriz Regina Duarte tomou posse na manhã desta quarta-feira (4) como titular da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo em evento, no Palácio do Planalto, com o presidente Jair Bolsonaro.

    No discurso após a assinatura do termo de posse, Regina declarou a principal missão que vê à frente da secretaria. “Meu propósito é pacificação e diálogo permanente com o setor cultural, com os estados e municípios, com o parlamento e com os órgãos de controle”, declarou ela.

    A secretária também falou sobre a relação com o Congresso. “O apoio do legislativo é indispensável para que se tornem reais os objetivos da tarefa que vamos iniciar a partir de hoje”, disse.

    Quarta ocupante do cargo em 14 meses, Regina citou a cultura como geradora de emprego, renda, acessibilidade, inclusão social, impostos e educação, além de ser sinônimo de libertação. A atriz também elogiou a integração entre turismo e cultura, e garantiu que irá “passar o chapéu” em busca de verbas para a pasta. “Se a vontade de fazer mais é grande e os recursos são escassos, vamos passar o chapéu, sim”, declarou.

    Em discurso na sequência, Bolsonaro disse ter certeza que Regina “conquistará mais ainda todos nós, não apenas para o bem da cultura, mas do nosso Brasil”. “Tenho certeza que você cumprirá essa missão muito bem cumprida”, afirmou o presidente.

    Bolsonaro ainda defendeu qual deve ser a direção da cultura para o país. “O que muitos têm na cabeça é que sou uma pessoa que está longe de amar a cultura. Ao longo das últimas décadas, a cultura representou algo que, em muitos momentos, não era aquilo que a grande maioria do povo queria. Ela foi cooptada pela política e usada por interesses partidários e, obviamente, muita gente se rebelava contra isso. Na minha cabeça de humilde capitão do exército, estava patente que não era essa a cultura que deveria ser desenvolvida com dinheiro público no Brasil”, refletiu.

    A cerimônia contou com a presença do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, além de cerca de 600 convidados, entre titulares de outras pastas, parlamentares e um perfil incomum para um evento no Planalto: de fãs da atriz, segundo mostrou o Live CNN.

    Álvaro Antônio abriu a solenidade, deu ao boas-vindas à nova integrante do governo e afirmou que a “sinergia entre cultura e turismo” irá “fazer história no Brasil”.

    Exoneração na véspera

    Além da nomeação da atriz, o Diário Oficial da União desta quarta também informou a exoneração de 12 servidores da pasta, incluindo o presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Dante Mantovani, que repercutiu ao afirmar que o “rock leva ao aborto e ao satanismo”.

    Os exonerados são Dante Mantovani (presidente da Funarte), Ricardo Freire Vasconcellos (diretor do Departamento do Sistema Nacional de Cultura), Paulo César do Amaral (presidente do Instituto Brasileiro de Museus, Reynaldo Campanatti (secretário de Economia Criativa), Camilo Calandreli (secretário de Fomento e Incentivo à Cultura), Ednagela dos Santos Barroso dos Santos (diretora do Departamento de Promoção da Diversidade Cultural), Maurício Noblat Waissman (coordenador-geral da Política Nacional de Cultura Viva), Raquel Cristina Brugnera (chefe de gabinete da Secretaria da Economia Criativa), Gislaine Targa Neves Simoncelli (chefe de gabinete da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura), Leônidas José de Oliveira (diretor-executivo da Funarte), Marcos Villaça (secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual) e Rodrigo Junqueira (secretário de Difusão e Infraestrutura Cultural).

    Do convite ao sim

    Regina Duarte e Jair Bolsonaro
    Regina Duarte e Jair Bolsonaro se reúnem em Brasília (22.jan.2020)
    Photo: Carolina Antunes/Secom PR

    A solenidade se dá após um período de reuniões, que Bolsonaro classificou como “namoro “e “noivado” até o “casamento” entre os dois, que seria o momento da posse. Em meio às negociações, ela viajou a Brasília e conheceu a estrutura da secretaria, que é vinculada ao Ministério do Turismo.

    Regina chegou a ter uma reunião com a então secretária interina, Jane Silva – que acabou exonerada semanas depois. Às vésperas da posse, a nova leva de demissão de funcionários chamou a atenção. A atriz não comentou nenhuma das baixas e não foi relacionada diretamente às demissões.

    Ao longo dessas semanas de “noivado”, Regina Duarte fechou acordo de rescisão com a TV Globo e encerrou o contrato de mais de 50 anos. Ela recebeu o convite para integrar o governo em 17 de janeiro, após a exoneração de Roberto Alvim, que fez referências nazistas em um vídeo oficial.

    Desde o início da manhã desta quarta-feira, a nomeação da atriz era um dos assuntos mais comentados do Twitter.

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