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    Ramagem diz que gravação de reunião era de conhecimento de Bolsonaro

    Ex-diretor da Abin também afirmou que áudio serviria para registrar crime contra o ex-presidente

    Manoela Carluccicolaboração para a CNN São Paulo

    Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia da gravação da reunião, realizada em agosto de 2020, e cujo áudio se tornou público nesta segunda-feira (15).

    “A gravação não foi clandestina. Havia o aval e o conhecimento do presidente”, afirmou Ramagem.

    A gravação foi encontrada pela Polícia Federal no celular do deputado no âmbito de investigação que apura suposto uso da Abin para espionagem e monitoramentos ilegais durante o mandato de Bolsonaro.

    De acordo com a PF, o áudio traz Bolsonaro, Ramagem e advogados do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, discutindo o monitoramento de auditores da Receita Federal, responsáveis por investigação de suposta “rachadinha” no gabinete de Flávio durante seu mandato como deputado estadual do Rio de Janeiro.

    Ramagem alega ainda que a gravação ocorreu “porque veio uma informação de que uma pessoa viria na reunião, que teria contato com o governador do Rio de Janeiro na época [Wilson Witzel] e que poderia vir como uma proposta nada republicana”. “A gravação portanto seria para registrar um crime, um crime contra o presidente da República”.

    No entanto, “isso não aconteceu e a gravação foi descartada”, completou.

    Na reunião, o ex-presidente teria alertado que “a gente nunca sabe se estão gravando”. 

    CNN procurou os citados no documento. Veja o que disseram até o momento:

    • Jair Bolsonaro: sem manifestação até o momento.
    • Alexandre Ramagem: “O presidente Bolsonaro sempre se manifestou na reunião por não querer favorecimentos ou jeitinhos”. “Eu me manifestei contrariamente à atuação do GSI no tema, indicando o caminho por procedimento administrativo pela Receita Federal, previsto em lei, e ainda judicial no STF”
    • Augusto Heleno: procurado, o advogado Matheus Millanez, que representa o general Augusto Heleno, informou que não se manifestará.
    • Luciana Pires: a CNN tenta contato com a defesa.
    • Juliana Bierrenbach: “O que eu relatei foi a existência de uma organização criminosa no âmbito da Receita. Eles atuam da seguinte forma. Existe uma portaria que é de 2012 que determina que alguns funcionários da Corregedoria da Receita federal e da área de investigação podem utilizar uma senha de acesso que torna o acesso dos funcionários indetectável”.
    • Flávio Bolsonaro: “Mais uma vez, a montanha pariu um rato. O áudio mostra apenas minhas advogadas comunicando as suspeitas de que um grupo agia com interesses políticos dentro da Receita Federal e com objetivo de prejudicar a mim e a minha família. A partir dessas suspeitas, tomamos as medidas legais cabíveis. O próprio presidente Bolsonaro fala na gravação que não ‘tem jeitinho’ e diz que tudo deve ser apurado dentro da lei. E assim foi feito. É importante destacar que até hoje não obtive resposta da justiça quanto ao grupo que acessou meus dados sigilosos ilegalmente”.
    • Wilson Witzel: “Nunca mantive qualquer relação pessoal ou profissional com o juiz Flavio Itabaiana e jamais ofereci qualquer tipo de “auxílio” a qualquer um durante meu governo. O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e Policia Federal. No meu governo a polícia civil e militar sempre tiveram total independência”.

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