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    PT trabalha com perspectiva de prazo de dois anos para extrateto do Bolsa Família

    Ideia inicial era que os recursos destinados a bancar o Bolsa Família ficassem de fora do teto por tempo indeterminado

    Luciana Amaralda CNN

    em Brasília

    Diante da resistência de líderes partidários aos quatro anos propostos, petistas no Senado já trabalham com a perspectiva de um prazo máximo de dois anos para que os recursos do Auxílio Brasil turbinado, que deve voltar a se chamar Bolsa Família, fiquem fora do teto de gastos a partir do ano que vem.

    O relator-geral do orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), protocolou na segunda-feira (28) Proposta de Emenda à Constituição com um gasto extrateto que pode chegar a R$ 198 bilhões. O valor decorre dos R$ 175 bilhões que seriam destinados para Bolsa Família acrescidos de R$ 23 bilhões para investimentos.

    A intenção é garantir o auxílio mensal a famílias de baixa renda no valor de R$ 600 mais R$ 150 por criança de até seis anos, a partir de janeiro.

    Inicialmente, a ideia do PT era que os recursos destinados a bancar o Bolsa Família ficassem de fora do teto por tempo indeterminado. Porém, após resistências de líderes políticas no Congresso, petistas e aliados preferiram enviar o texto com o prazo de quatro anos extrateto para esse ponto.

    Ainda assim, sabem que também deverão ter que negociar esse prazo, que pode cair a um ou dois anos. Parlamentares do PSD, por exemplo, defendem que esse prazo seja de dois anos. Já o PP defende que seja de apenas um.

    Em geral, propostas são apresentadas no Congresso com ideias mais arrojadas do que realmente é aprovado, de propósito. Isso justamente para que se tenha espaço para negociações e se chegar a um meio-termo. No Legislativo, fala-se informalmente que é preciso sempre uma “gordurinha no texto para queimar”.

    Para um petista no Senado ouvido pela reportagem, sob reserva, o prazo de dois anos extrateto para os recursos do Bolsa Família é aceitável.

    O PT corre contra o tempo para aprovar a PEC no Parlamento até meados de dezembro. Castro declarou que o ideal seria tê-la aprovada tanto no Senado quanto na Câmara até 10 de dezembro para dar tempo de adequar o projeto da Lei Orçamentária Anual de 2023 com as mudanças necessárias a partir da proposta.

    O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que deve ser o relator da PEC no colegiado, ainda não marcou reunião para a análise do texto. Ele está conversando com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e outros parlamentares para fechar o texto antes de sua tramitação. A CCJ será o primeiro lugar em que a PEC será analisada.

    O PT também tem ciência que será preciso baixar os valores a extrapolarem o teto de gastos para que a PEC seja aprovada. Aliados de Lula já falam em baixar o valor extrateto para até R$ 150 bilhões, por exemplo.