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    PT rejeita prévias de Eduardo Suplicy contra Marta e PSOL não vai se envolver no debate, dizem fontes

    Integrantes do partido afirmam que há resoluções internas que dispensam a necessidade de votação

    Pedro VenceslauClarissa Oliveirada CNN , São Paulo

    Um dia após o deputado estadual e ex-senador Eduardo Suplicy (PT) defender a realização de prévias no PT para definir o nome do candidato a vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa municipal, a proposta foi rejeitada por lideranças petistas ouvidas pela CNN.

    Os caciques e parlamentares do partido evitam por ora dar declarações que possam melindrar Eduardo, que é tratado como um patrimônio do partido, mas lembram que duas resoluções “antiprévias” da legenda interditam os planos do ex-senador.

    A primeira diz que os diretórios municipais podem sacramentar a escolha do candidato a prefeito ou vice caso o postulante tenha o apoio de um terço do colegiado.

    Em última instância, o diretório nacional tem a palavra final nas cidades com mais de 200 mil habitantes.

    Eduardo ouviu de colegas do partido essa ponderação. “Ele me procurou para falar de prévias e eu ponderei que existem normas e regras, mas que a Marta agrega mais”, disse à CNN o deputado estadual Paulo Fiorilo, líder do PT na Assembleia Legislativa.

    Em conversas reservadas, lideranças petistas são mais contundentes e dizem que não existe “ a menor chance” de haver prévias e que o nome de Marta Suplicy, ex-esposa de Eduardo Suplicy, está pacificado na cúpula do partido.

    Segundo um petista próximo a Lula, existem alguns bolsões de resistência a Marta identificados nos grupos de WhatsApp da sigla e por isso o partido vai fazer um movimento de “repatriação” da ex-prefeita com a militância.

    Já o PSOL, partido de Boulos, não vai se envolver no debate, apesar de Eduardo Suplicy ter dito que vai consultar o pré-candidato sobre a ideia de prévias.

    “O PSOL não vai se envolver no debate sobre a escolha do vice. Vamos respeitar o processo interno do PT”, disse Juliano Medeiros, ex-presidente nacional do PSOL e integrante da coordenação da pré-campanha.

    Campanha interna

    Enquanto Boulos estiver viajando para a China na próxima semana, o PT paulistano vai fazer uma campanha interna para apaziguar qualquer divergência que reste em relação à chapa.

    Não há preocupação com a esquerda petista, apesar das manifestações explícitas de integrantes desse grupo, como Valter Pomar.

    Ainda assim, o partido entende que precisa acalmar os ânimos internos antes de seguir com a formalização da chapa.

    Um foco evidente dessa ação é Eduardo Suplicy, que conseguiu fazer barulho com a ideia de prévia.

    O movimento foi visto internamente como um esforço de Suplicy para ser integrado à campanha e ganhar voz nas discussões internas sobre a eleição.

    De qualquer forma, a expectativa da direção partidária é que o diretório municipal cumpra os ritos estatutários e derrube a ideia de uma prévia já na reunião agendada para a próxima terça-feira.

    Um outro grupo que receberá atenção especial nessa campanha é o que reúne mulheres do PT.

    A escolha de Marta Suplicy provocou muita contrariedade, pelo fato de a sigla optar por trazer alguém que deixou espontaneamente a legenda em vez de apostar numa renovação de quadros internos.

    Para contemplar esse grupo, uma ideia é trazer mais mulheres para o time da campanha.

    A ideia é de que tudo esteja solucionado antes de Boulos voltar de viagem.

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