Processo democrático brasileiro foi alvo de “desmonte”, diz Cármen Lúcia
Ministra votou para tornar Bolsonaro e mais 7 denunciados réus por tentativa de golpe de Estado


A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (26) que o processo democrático brasileiro foi alvo de um “desmonte”
“O que é preciso é desenrolar do dia 8 [de janeiro de 2023] para trás, para a gente chegar a esta máquina que tentou desmontar a democracia, que é um fato”, afirmou a ministra.
“Para que mais uma vez o Brasil não tenha tentativa de golpe de Estado, para que essa máquina não continue a reverberar e explodir, como estão em alguns documentos. Não é inépta a denúncia porque ela descreve os indícios “, completou Cármen.
A declaração ocorreu durante o julgamento da Primeira Turma do STF que decidiu, por unanimidade, receber a denúncia da PGR a oito pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estão no primeiro núcleo da ação.
Cármen foi a quarta pessoa a votar e seguiu a maioria para tornar os oito denunciados réus no STF.
No primeiro dia do julgamento, na terça-feira (25), defesas chegaram a pedir a rejeição das denúncias por falta de justa causa e inépcia.
Eu seu voto, Cármen Lúcia ainda afirmou que recusar a denúncia seria “prematuro” e contra o dever da Suprema Corte.
“Estou considerando apta a denúncia para ser recebida. Seria prematuro não receber, seria contra nosso dever. É para o país saber que estamos cumprindo nosso dever de dar sequência para a apuração”, afirmou.
A ministra também comentou sobre a materialidade da denúncia em decorrência dos atos de 8 de janeiro.
“Era impossível não ter sido planejado. Para quebrar o audiovisual do Supremo precisa de escada. Alguém planejou, alguém entrou, alguém executou. É preciso saber isso. Quem praticou precisa pagar pelo crime cometido”, disse.