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    Prevent era laboratório do gabinete paralelo do governo, diz Randolfe Rodrigues

    Dossiê de médicos afirma que a operadora de saúde recomendava remédios sem eficácia do "kit covid", que funcionavam como experimento do governo federal

    Douglas PortoLudmila CandalRudá Moreirada CNN , em São Paulo e em Brasília

    O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou em entrevista à CNN que o depoimento da advogada dos médicos da Prevent Senior, Bruna Morato, revelou que a operadora de saúde funcionava como um laboratório do “gabinete paralelo”, grupo que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas questões relacionadas à pandemia.

    As denúncias contidas no dossiê elaborado pelos médicos dizem respeito à prescrição indiscriminada de cloroquina, azitromicina e ivermectina para pacientes associados, até mesmo para quem não tinha sintomas da doença.

    “Na verdade, o ministro [Luiz Henrique] Mandetta foi demitido há muito tempo. Ele não foi demitido naquele mês de abril, ali foi a formalização. Desde antes, quem na verdade executava a política do Ministério da Saúde, era dito ‘gabinete paralelo’. A Prevent Senior era seu laboratório”, declarou Randolfe.

    Segundo a advogada, os médicos relataram que o movimento de aproximação de Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior, com o Ministério da Saúde se deu por meio de um médico familiar do ex-ministro Mandetta, após o então titular da Saúde ter começado a criticar as ações da operadora em março de 2020.

    Entretanto, a tentativa não obteve êxito. Com isso, Pedro Júnior teria sido “informado que existia um conjunto de médicos assessorando o governo federal”.

    Entre esses médicos, estavam o dr. Anthony Wong, o virologista Paolo Zanotto, e a dra. Nise Yamaguchi.

    Ainda de acordo com o relato dos profissionais, a intenção era que a Prevent Senior passasse a colaborar com o grupo em um “alinhamento ideológico com o Ministério da Economia”, que temia a ocorrência de lockdowns que paralisassem o país.

    “Existia um interesse do Ministério da Economia para que o país não parasse. Existia um plano para que as pessoas pudessem sair às ruas sem medo”, disse Morato.

    Randolfe ressaltou que já existe um requerimento aprovado para ouvir o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, para esclarecimento dos fatos.

    “De fato havia uma coordenação que o comando era a economia e dizia o seguinte: ‘não teria que temer o vírus’. O próprio presidente da República reverbera isso. Tinha que lançar as pessoas para com o que o vírus para que a economia não paralisasse. A solução para enfrentar o vírus seria a cloroquina. O tratamento que não tem eficácia”, afirmou Randolfe.

    Leia a nota da assessoria da Prevent Senior

    A Prevent Senior nega e repudia as acusações mentirosas levadas anonimamente à CPI da Covid e à imprensa. 

    O mesmo teor dessas imputações havia sido trazido à empresa, antes da CPI, pela advogada Bruna Mendes dos Santos Morato, que tentou fechar um acordo para não levar o caso à comissão.

    O depoimento da advogada à CPI hoje confirma que se tratam de acusações infundadas, que têm como base mensagens truncadas ou editadas vazadas à imprensa e serão desmontadas ao longo das investigações. A Prevent Senior estranha o fato de a advogada manter no anonimato os supostos médicos autores da acusação. A empresa ainda não teve acesso aos autos da CPI para fazer sua ampla defesa.

    Ao longo da epidemia, a Prevent aplicou cerca de 500 mil testes em que constatou o contágio de 56 mil pacientes. Desse número, 7% redundaram em mortes. Todos os casos foram rigorosamente notificados. A Prevent Senior sempre respeitou a autonomia dos médicos, nunca demitindo profissionais por causa de suas convicções técnicas.

    Esse índice de 93% de vidas salvas, na faixa etária média dos 68 anos de idade, é, comprovadamente, superior ao que se registra nos hospitais das redes pública e privada. Não por acaso, o índice de confiabilidade e aprovação da clientela da Prevent Senior é superior a 90%. 

    Leia a íntegra da nota enviada pela dra. Nise Yamaguchi

    Venho pela presente solicitar que seja divulgada esta nota à imprensa com o mesmo destaque em que as inverdades envolvendo o meu nome estão sendo divulgadas:
    Declaro que:

    i. Não fui a médica responsável pelo tratamento do Dr. Anthony Wong e não faço parte do corpo clínico fechado do hospital por ele eleito. Todo o tratamento foi realizado com médicos do corpo clínico e plantonistas da UTI da Prevent Senior. Todas as visitas ao hospital onde o paciente estava internado foram na condição de sua amiga e depois que ele foi entubado, para prestar o apoio que me foi por ele e sua família solicitado. Não tenho também absolutamente nenhum envolvimento na elaboração de qualquer atestado de óbito.

    ii. No caso de Enio Mainardi, que também tive a honra de ser amiga,fui visitá-lo uma única vez no hospital da Prevent Senior de Higienópolis e igualmente não participei da elaboração do atestado de óbito.

    iii. Também não participei do tratamento da mãe do Luciano Hang na Prevent Senior. Inclusive, nunca a conheci em momento algum. Aliás, ressalto que NUNCA fui pessoalmente à Prevent Senior participar de reuniões científicas ou buscar dados dos tratamentos ali realizados. E em nenhum momento orientei qualquer tratamento que seja a ser adotado por aquela entidade. O meu conhecimento a respeito dos dados técnicos da referida entidade e que me foram úteis nos meus estudos, apenas e tão somente, foram obtidos com as informações públicas e conversas entre especialistas. Quanto à acusação de um suposto “Gabinete Paralelo” que aconselharia o Presidente da República de forma secreta e inadequada, isso nunca aconteceu. Cientistas foram convidados, apenas e tão somente, para, meramente, darem as suas opiniões. Ocasiões em que fui recebida com total respeito, simplicidade e ouvida com atenção.

    Também como médica, na qualidade de voluntária e intuito de contribuir para a saúde do povo brasileiro em situação de emergência, fui ouvida na CPI da Covid durante 7 horas. Porém, diametralmente diferente, nesse ocasião fui muito mal recebida, tratada de modo desrespeitoso e sem qualquer atenção. Me ofereci como voluntária, por reconhecer que toda a sociedade estava (e continua) interessada e envolvida em encontrar a melhor forma de tratar a pandemia de Covid-19. Mas lá encontrei outro cenário que não preciso relatar: Todo o Brasil assistiu incrédulo a forma como fui desrespeitada nos meus direitos, vilipendiada na minha honra e atingida na confiança e imagem de médica competente e zelosa, construída nos 40 anos em que me dedico de corpo de alma à medicina.

    Tenho recebido inúmeras manifestações que mostram a indignação de muitos brasileiros pela forma que eu e muitos médicos com renomados currículos e notória experiência, estão sendo tratados e sofrendo brutais interferências no que diz respeito à relação médico paciente em relação aos tratamentos orientados a nossos pacientes de Covid-19. Tratamentos esses sempre embasados em estudos científicos já existentes e nas premissas de boa conduta médica.

    Não desanimarei. Não me calarei. Continuarei empenhada para que a VERDADE prevaleça. Esta NOTA À IMPRENSA merece ser divulgada com o mesmo destaque com que as MENTIRAS INDECOROSAS envolvendo o meu nome foram divulgadas para que todos os brasileiros possam saber em quem confiar e façam suas escolhas com LIBERDADE.

    Dra. Nise Yamaguchi

    Leia a íntegra da nota enviada pelo virologista Paolo Zanotto

    Contatei a Prevent quando eles já tinham um sistema montado de tratamento ambulatorial e de telemedicina operacional e já estavam com algumas centenas de pacientes já tratados ambulatorialmente e milhares já atendidos por telemedicina.

    O que eu buscava entender era o que estavam fazendo, os protocolos sendo implementados e resultados obtidos e comparar com os protocolos sendo usados na China, Senegal, Espanha, USA, França, Costa Rica e diversos outros países no início da pandemia ao redor de março de 2020.

    Não faz sentido darmos instruções para eles sobre o que fazer quando na verdade eles já estavam com um protocolo ambulatorial sendo aplicado antes de qualquer contato.

    Ademais se você procurar dois artigos meus publicados na Folha de SP e uma apresentação minha no IEA/USP um pouco antes deste contato com eles, fica claro que o que foi dito por este grupo de médicos em conflito com os demais na Prevent está em desacordo com o que eu estava propondo sobre técnicas de intervenção não farmacológica, baseadas no que estava funcionado bem em alguns países da Ásia na época.

    Fica a questão do porquê a Prevent não divulgou ou publicou os dados observacionais envolvendo dezenas de milhares de pacientes tratados até hoje e porque estes médicos pretendem transferir para fora da Prevent tomadas de decisão de condutas operacionais iniciadas antes de qualquer contato meu.

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