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    Pressão é normal, mas decisão é de Lula, diz ministro à CNN sobre escolha para STF

    Setores da sociedade pedem que presidente indique uma mulher negra para vaga no Supremo Tribunal Federal; petista diz que critério será “atender aos interesses do Brasil”

    Tiago Tortellada CNN

    São Paulo

    A pressão para a escolha do próximo integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “normal”, mas a decisão cabe ao petista, disse, em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (25), o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República.

    “É natural que tenha pressão e tenha defesas de tese A ou B, mas essa é uma prerrogativa do presidente da República. Sou um daqueles que acha que ele tem todo o direito de fazer sua escolha”, destacou Macêdo.

    Veja também — Lula diz que critério para vaga no STF não será gênero ou cor

    A ponderação do ministro acontece em meio à pressão para que Lula escolha uma mulher negra para a vaga na Suprema Corte que será aberta pela aposentadoria compulsória de Rosa Weber, que, em 2 de outubro, completa 75 anos, idade-limite para que ela ocupe o cargo.

    Nesta segunda, Lula pontuou que o critério para a escolha para o STF não será gênero ou cor, mas “atender aos interesses do Brasil”.

    Ainda assim, Macêdo ressaltou durante a entrevista à CNN que “o presidente Lula tem compromisso com as pautas de empoderamento feminino, respeito profissional às mulheres, da equidade de funções e salários”.

    Ele afirmou ainda que Flávio Dino, Bruno Dantas e Jorge Messias, os três nomes mais cotados para assumir a vaga na Corte, têm “qualidades extraordinárias” e são qualificados para o cargo.

    Além disso, tanto para a escolha para o Supremo quanto para a Procuradoria-Geral da República, Márcio Macêdo comentou que Lula não está com pressa e tem o tempo “necessário” para a decisão.

    Novos ministros e apoio do centrão

    Sobre a entrada de André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no governo federal, assumindo ministérios, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República disse que esperam que eles possam entregar políticas públicas e ajudem a consolidar a maioria no Congresso Nacional.

    “Assim é o presidencialismo de coalizão. Ou sai das urnas com maioria no Parlamento, que não é o caso, ou você faz acordos políticos baseados em participação no governo”, observou.

    Macêdo avaliou ainda que novos partidos procurarem entrar no governo significaria que “estamos no caminho certo”. Sobre outros cargos reivindicados por siglas do chamado centrão, como a Presidência da Caixa Econômica Federal, ele colocou que serão analisados pelo presidente.

    Atos de 8 de janeiro e relação com as Forças Armadas

    Ainda durante a entrevista à CNN, Márcio Macêdo destacou que a relação do ministro da Defesa, José Múcio, com os comandantes militares tem sido “muito respeitosa, institucional, dentro das regras democráticas da Constituição brasileira e bastante harmoniosa”.

    Já sobre as acusações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid em depoimento à Polícia Federal (PF), no qual disse que Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, teria apoiado a ideia de um golpe de Estado após Jair Bolsonaro (PL) perder as eleições presidenciais de 2022, Macêdo disse que tanto civis quanto militares devem ser “responsabilizados sobre seus atos”.

    “As denúncias sobre o almirante são muito graves, precisam ser checadas, confirmadas, de atentado contra a democracia brasileira”, salientou, adicionando que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso que investiga os ataques de 8 de janeiro deve se debruçar sobre o tema.

    Cirurgia de Lula

    O presidente Lula deve fazer uma cirurgia na próxima semana por causa de um problema crônico de dores no quadril. Fontes ligadas à equipe médica do presidente afirmaram à CNN que o procedimento vai acontecer na próxima sexta-feira (29).

    Sobre isso, o ministro ressaltou que os médicos dizem que o procedimento é “bastante rotineiro”. Assim, a ideia é que Lula possa voltar às atividades “o mais rápido possível”.

    VÍDEO — Após cirurgia, Lula deve trabalhar por 15 dias no Palácio da Alvorada