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    “Pressa é inimiga da perfeição”, diz Queiroga sobre vacinação infantil contra Covid-19

    Ministro da Saúde negou ter sido oficialmente comunicado de posicionamento de Câmara Técnica favorável à imunização de crianças de 5 a 11 anos

    Léo Lopesda CNN , em São Paulo

    Em conversa com repórteres na saída do Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (20) em Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou que a decisão sobre a vacinação infantil contra a Covid-19 ficará para janeiro.

    Ao ser questionado do porquê de não se antecipar a discussão sobre a imunização da faixa etária de 5 a 11 anos, o ministro afirmou que “a pressa é inimiga da perfeição”, e que “o principal é a segurança”.

    O Ministério prevê realizar, no dia 4 de janeiro, uma audiência pública para discutir o tema. “Após o dia 5, haverá um posicionamento do Ministério da Saúde fundamentado de acordo com normas técnicas”, declarou o ministro aos repórteres.

    O ministro da Saúde também afirmou que não tomou conhecimento oficialmente do posicionamento da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI Covid-19), grupo de especialistas que aconselha a pasta, que foi favorável à vacinação infantil.

    “A CTAI o que eu tenho notícia é uma nota que saiu na imprensa. É necessário que isso seja formalizado para o Ministério para que nós possamos tomar as melhores decisões”, argumentou Queiroga.

    Além disso, ele declarou que a Anvisa não disponibilizou à pasta todas as informações do processo que levou a agência a aprovar a vacinação contra Covid-19 em crianças, no último dia 16.

    Com um documento de três páginas em mãos, Queiroga disse que recebeu apenas um ofício da agência, com um comunicado público anexado. O ministro afirmou que já solicitou o processo completo à agência.

    “A autoridade sanitária precisa ter acesso ao inteiro teor do procedimento administrativo feito na Anvisa”, disse.

    Ele também foi questionado sobre o posicionamento favorável pela vacinação de crianças por parte de sociedades científicas. O ministro disse que “sociedade científica não baliza conduta do Ministério da Saúde”.

    O contrato firmado com a Pfizer, de acordo com Queiroga, já estipula a obrigação da farmacêutica fornecer vacinas para todas as faixas etárias incluídas do Programa Nacional de Imunização (PNI).

    Questionado se as doses pediátricas da vacina da Pfizer contra Covid-19 estariam disponíveis de imediato para o Brasil, o ministro declarou que “não é de imediato”. “Aliás, porque não há premência para isso. Tem que fazer primeiro a análise técnica”, concluiu.

    “Prioridade é aumentar vacinação na região Norte”

    Horas depois, Queiroga voltou para a frente do Ministério da Saúde e respondeu perguntas dos jornalistas. O ministro da Saúde afirmou que a prioridade do governo é ampliar a cobertura de vacinação contra a Covid-19 na segunda e terceira dose.

    “Sobretudo na região Norte, que é um grande desafio para o Brasil”, disse. O ministro informou que existem estados daquela região apenas 40% da população imunizada com duas doses contra a Covid-19.

    “Há subnotificação também porque existem pessoas em áreas remotas. Temos que trabalhar de maneira conjunta com as autoridades dos municípios”, declarou.

    Queiroga também comentou que os serviços do ConecteSUS devem ser retomados até a próxima quarta-feira (22). Os serviços da pasta foram afetados por um ataque hacker.

    Perguntado sobre as ameaças feitas aos servidores da Anvisa envolvidos na aprovação da vacinação infantil, o ministro disse que “são ações de criminosos”. “Eu mesmo sofri ameaças. São ações que devem ser resolvidas pela Polícia Federal”, complementou.

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