Presidente do PP prevê aprovação fácil da reforma administrativa no Congresso
Ciro Nogueira afirma que "o Nordeste nunca foi petista, o Nordeste era lulista" e que Bolsonaro teve a mesma sensibilidade social do ex-presidente Lula


O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, afirmou nesta quarta-feira (2), em entrevista à CNN, prever que a reforma administrativa seja aprovada “com certa facilidade” no Congresso Nacional.
“Eu não tenho dúvida. Até eu acho que bem explicada, da forma como ela está colocada, nós vamos aprová-la com certa facilidade”, disse o senador, entrevistado pelos âncoras Caio Junqueira e Monalisa Perrone.
Nogueira considera que a resistência deve ser pequena até aos temas mais sensíveis para os servidores, como a restrição da garantia da estabilidade a apenas algumas categorias do serviço público.
Segundo a colunista da CNN Thaís Arbex, a estabilidade deve ser mantida apenas para as chamadas “carreiras típicas do Estado”, aquelas que não existem fora do poder público, como diplomatas, por exemplo.
“No meu entender não [vai haver resistência], porque nós temos que ter uma aproximação do setor público com o setor privado. Acabar com essa diferença gigantesca”, argumentou o parlamentar, que é um dos principais nomes do grupo conhecido como “Centrão”.
Durante a entrevista, Ciro Nogueira argumentou que as mudanças contidas na proposta que será apresentada nesta quinta-feira (3) tendem a melhorar a qualidade do serviço público. “O bom servidor público, eu não tenho dúvida que vai ser valorizado pela reforma”, afirma.
Bolsonaro, Lula e o Nordeste
O senador Ciro Nogueira foi eleito em 2018 em chapa coligada com o PT, apoiando a reeleição do governador Wellington Dias (PT). Recentemente, a parceria política foi encerrada após a aproximação do Progressistas com o governo.
À CNN, Ciro afirma que “o Nordeste nunca foi petista, o Nordeste era lulista” e que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve a mesma sensibilidade social do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durtante a condução dos impactos econômicos da pandemia.
“O Lula sempre foi uma pessoa que cuidou das pessoas, passou essa imagem de resgate da fome, da miséria. E a mesma preocupação agora o presidente Bolsonaro teve ao enfrentar esse momento difcílimo, que se dependesse do famoso mercado ele não teria feito”, disse.
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Ciro relembrou que o Progressistas não votou em Bolsonaro e que a aliança nacional do partido era com Geraldo Alckmin (PSDB), indicando a então senadora Ana Amélia como candidata a vice-presidente.
Ele argumenta que a mudança de postura com relação ao presidente aconteceu depois que Bolsonaro alterou seu discurso e passou a estabelecer negociações com os partidos políticos.
“Vemos um sucesso efetivo no crescimento de popularidade do governo quando ele começou a dialogar e passou sensação de estabilidade para a população”, argumenta.