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    Presidente da Aprosoja nega à PF que financie manifestações contra STF

    O depoimento foi prestado dentro do inquérito da Procuradoria-Geral da República que investiga se ele e outros investigados cometeram incitação a crimes contra a democracia

    Caio Junqueira

    O presidente da Aprosoja, Antonio Galvan, disse, em depoimento prestado na quarta-feira (25) à Polícia Federal, que a entidade não patrocina a organização de manifestações contra o STF (Supremo Tribunal Federal), segundo seu depoimento ao qual a CNN teve acesso.

    O depoimento foi prestado dentro do inquérito da Procuradoria-Geral da República que investiga se ele e outros investigados cometeram incitação a crimes contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições ao promover manifestações como as previstas no dia 7 de setembro.

    Questionado se a Aprosoja financia as manifestações, ele negou. “(Disse) que o movimento não é custeado pela Aprosoja. Que o custeio é colaborativo.”

    Galvan também afirmou que sua participação nas manifestações se deve aos valores que ele defende, e não propriamente a Bolsonaro em si. Segundo ele, se fosse outro presidente com os mesmos valores, também o apoiaria.

    “Que estes movimentos tinham como objetivo defesa dos valores de liberdade, democracia, independência dos Poderes, fim da corrupção e de apoio ao presidente da República. Que o apoio é aos valores. Que esses também são valores que o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, busca. Que apoiaria qualquer presidente da República que sustentasse esses valores. Que, por isso, o apoio também foi estendido ao atual presidente da República.”

    Relação com ministro

    O delegado responsável pelos questionamentos perguntou a Galvan sua relação com Jorge Seif, secretário de Pesca do Ministério da Agricultura e uma das autoridades mais próximas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

    O pai do secretário, Jorge Seif, é amigo pessoal de Bolsonaro. A PGR e a PF investigam a ligação dele com outros alvos da apuração que são, como ele, de Santa Catarina.

    Sergio Reis

    Sobre Sergio Reis, que disse no dia 12 de agosto ao seu lado na sede da entidade que “vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”, afirmou que não concorda com a fala e que não o teria convidado para ir até a sede da entidade se soubesse que ele falaria isso.

    “Que nesse dia foi realizada assembleia da Aprosoja; que não conhecia Sérgio Bavini e Eduardo Oliveira Araújo até esse dia, pessoalmente. Que eles fizeram uma visita à Aprosoja. Que no dia 12/08/21, Sérgio Bavini, na ocasião em que esteve na sede da Aprosoja, falou que ‘iriam dar 72 horas’ para que o Senado fizesse o julgamento do impedimento dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Que, embora Sérgio Bavini estivesse na sede da Aprosoja no momento, de nenhuma forma houve o envolvimento da entidade com o que foi dito. Que ele gravou esse vídeo por conta própria. Que se soubesse que Sérgio Bavini falaria o que foi divulgado, não o teria recebido na Aprosoja.”

    Galvan disse também que a ida de Sergio Reis até a Aprosoja foi casual e não estava planejada. Afirmou, inclusive, que parte das pessoas que foram com ele até a entidade não haviam sido convidadas.

    “Que ‘Zé Trovão’ visitou a sede da Aprosoja nos dias 11 e 12/08/21. Que no dia 12/08/21, conheceu Sérgio Bavini e Eduardo Oliveira Araújo; que foi ‘Zé Trovão’, no dia 11/08/2021, quem sugeriu a visita de Sérgio Bavini na sede da Aprosoja. Que ‘Zé Trovão’ estava na comitiva de Sérgio Bavini. Que, para o dia 12/08/2021, esperava por três ou quatro pessoas. Que, no entanto, além de Sérgio Bavini, aparecem, sem serem convidadas, umas quinze pessoas. Que não tinha como recusar a visita de Sérgio Bavini, pois é uma personalidade reconhecida no meio artístico e rural.”

    Encontro com ‘Zé Trovão’

    Galvan seguiu a mesma linha em relação ao caminhoneiro Zé Trovão, que também deu declarações em defesa de uma paralisação de caminhoneiros como forma de defender o impeachment de ministros do STF. Disse, inclusive, que aconselhou o caminhoneiro a moderar suas falas e nunca autorizou a falar em seu nome.

    “Que aconselhou ‘Zé Trovão’ a moderar as suas falas. Que não apoiou, de nenhuma forma, a conduta de ‘Zé Trovão’. Que nunca autorizou ‘Zé Trovão’ a utilizar o seu nome ou o da Aprosoja. Que não apoiava a forma como ‘Zé Trovão’ se manifestava e nem as ideias de invasão ou atos de depredação. Que, no entanto, apoiava os atos democráticos com valores antes mencionados.”

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