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    Precisamos acreditar, mas palavra do presidente não condiz com fatos, diz Tebet

    A senadora afirma acreditar que as denúncias rondam Bolsonaro são "gravíssimas", mas ainda precisam de mais apuração

    Jorge Fernando Rodrigues e Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo

    A senadora e integrante da bancada feminina na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia Simone Tebet (MDB-MS) disse à CNN que é necessário acreditar na palavra do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), mas ressaltou que até agora as falas dele não condizem com os “fatos posteriores”.

    Na avaliação da parlamentar, é preciso apurar se o chefe do Executivo realmente repassou as informações sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin para o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

    “Não foi acionado o delegado-geral da Polícia Federal, nem mesmo a CGU [Controladoria-Geral da União]. Segundo o governo, foi acionado um ministro que depois de dois dias, saiu. Abriu-se um processo interno de apuração de irregularidades dentro do Ministério [da Saúde]? Eu acho que a peça chave, enquanto não vier a público e na CPI, o ex-ministro Pazuello, nós ainda ficaremos com a dúvida se realmente o presidente provocou o ministro Pazuello ou não. Repito: alguém prevaricou. A pergunta é: quem?”, questionou a senadora.

    A senadora afirma acreditar que as denúncias rondam Bolsonaro são “gravíssimas”, mas ainda precisam de mais apuração. Ela acredita que dentro de 15 dias, a CPI consiga ter “elementos mais claros” de quem “errou” e quem cometeu os crimes denunciados.

    “O problema é que a gente ainda não tem os nomes, os sobrenomes e os CPFs. Nós ainda não sabemos quem são os autores, quem são coautores, quem são os corruptores ativos, passivos, dentro desse processo cujos elementos probatórios são muito fortes, mas também merecem ser comprovados”, avaliou.

    Senadora Simone Tebet (MDB-MS)
    Senadora Simone Tebet (MDB-MS)
    Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

    Prorrogação da CPI e recesso parlamentar

    Tebet avaliou que a CPI da Pandemia precisa ser prorrogada pelo tempo “necessário” dentro do que a Constituição e a lei permitem para que todas as denúncias sejam apuradas. 

    “Vamos precisar de muito mais tempo porque se começa uma fase tão importante quanto a primeira, que é apurar uma série de possíveis irregularidades e até crimes contra a administração pública. Lembrando: não só por parte do governo federal, mas também por parte de alguns estados brasileiros”, disse.

    A parlamentar confirmou também ser contra o recesso parlamentar do meio do ano. Segundo ela, a questão principal não é a CPI, mas sim a própria pandemia de Covid-19.

    “Não tem sentido ficarmos uma semana, ou mesmo 15 dias parados — a não ser que tenhamos um plantão de senadores para que possa ser acionado imediatamente –, enquanto nós tivermos esse número absurdo de mortes diárias no Brasil. Temos muito o que fazer. Temos que estar com as portas abertas para o governo federal, para o país, para aprovarmos em caráter de urgência qualquer medida necessária para auxiliar neste momento trágico”, afirmou.