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    Polícia Federal investiga desvio de verba em gabinete de deputado no Amapá

    Operação "En Passant" cumpriu 15 mandados de busca e apreensão neste sábado (27), para apurar um esquema de desvio de dinheiro do gabinete do deputado estadual Alberto Negrão (PP)

    Operação En Passant realizada neste sábado (27) no Amapá
    Operação En Passant realizada neste sábado (27) no Amapá Polícia Federal

    Vianey Bentesda CNN

    Brasília

    A Polícia Federal realizou neste sábado (27), a Operação “En Passant”, para apurar um esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 1 milhão da verba de gabinete do deputado estadual, Alberto Negrão, do PP.

    Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em residências e empresas dos envolvidos, além do afastamento do deputado, expedido pelo Tribunal de Justiça do Amapá.

    A “En Passant” é desdobramento de outra operação, a “Terça Parte”, que ocorreu em maio e investigou um esquema que seria comandado por um parlamentar estadual, e envolveu corrupção eleitoral, peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa, nomeação de funcionários fantasmas e rachadinha.

    De acordo com as investigações, foram identificados indícios de um esquema que desviava dinheiro desde 2019, por parte de um deputado estadual, que deveria custear despesas do exercício do mandato do parlamentar.

    Consta na investigação que o deputado pedia o ressarcimento da verba – para proveito próprio – de gastos inexistentes, que tinha ainda a participação de várias pessoas e empresas que usavam notas frias para obter o valor.

    A PF acredita que foram desviados R$ 360 mil por ano, sendo R$ 30 mil por mês, o que resultou na quantia de aproximadamente R$ 1 milhão.

    Um dos principais articuladores do esquema era uma funcionária do gabinete do parlamentar, que foi afastada pelo Tribunal Regional Eleitoral na operação “Terça Parte”, por participação na rachadinha. E uma das empresas que emitia notas fiscais falsas, em troca de comissão, era marido da funcionária.

    Segundo a PF, os envolvidos podem responder por associação criminosa, peculato, falsidade ideológica e duplicata simulada, penas que chegam a 22 anos de prisão e mais multa.

    “En Passant” faz referência a uma jogada do xadrez na qual uma peça tira proveito de um avanço inesperado do fluxo da peça adversária, enganando o movimento natural dela e capturando-a.

    No caso da investigação, o principal investigado engana o fluxo financeiro da cota parlamentar, mediante emissão de notas fiscais frias, desviando os recursos para proveito próprio e alheio.

    A CNN Brasil procurou a defesa do deputado, mas não obteve retorno.