Polícia do DF exonera corregedores que abriram investigação contra ex-diretor-geral

O novo diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, José Werick de Carvalho, exonerou o corregedor-geral e o corregedor-geral-adjunto da corporação nesta quinta-feira (16). A decisão foi publicada no Diário Oficial do DF.

Adval Cardoso e Érito Cunha chefiavam a Corregedoria e foram responsáveis pela abertura de investigação contra o ex-diretor-geral Robson Cândido, acusado por duas mulheres de perseguição e ameaças.

A CNN conversou com delegados, sob reserva, nesta quinta e os relatos são de incompreensão pelas exonerações. Um deles disse que achou “muito estranho eles serem exonerados porque estavam investigando a cúpula da PCDF e o atual diretor era chefe de gabinete do ex-diretor que está preso”.

Robson Cândido pediu exoneração do mais alto cargo da Polícia Civil do DF após virar alvo de investigação da Corregedoria. José Werick era chefe de gabinete dele e assumiu o posto. O caso foi revelado pela CNN.

Robson Cândido também passou a ser investigado pelo Ministério Público do DF.

Há duas semanas, ele foi preso preventivamente e o delegado Thiago Peralva, da delegacia de Ceilândia, foi alvo de busca e apreensão. A investigação aponta que o colega usou meios da delegacia para grampear ilegalmente uma mulher que era amante de Robson Cândido.

A CNN entrou em contato com o novo diretor-geral, José Werick, para saber das exonerações dos corregedores, mas não conseguiu retorno. A assessoria de comunicação informou que “as nomeações representam a inauguração de um novo ciclo de gestão, que também passa pela escolha de novos nomes”.

E que “a equipe de trabalho da direção da PCDF está em formação”. “Caso ocorram novas nomeações, a imprensa será informada por meio de nota”.

A defesa de Robson Cândido disse que responderia aos questionamentos no momento oportuno, pois ainda não havia tido acesso ao processo.