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    Planalto sugere perguntas a senadores governistas para diretor da Prevent Senior

    Segundo documento obtido pela CNN, orientação é que governistas defendam tratamento precoce e coloquem em dúvida denúncias contra a empresa na CPI

    Gustavo Uribeda CNN

    Uma lista com sugestões de perguntas foi enviada no final da semana passada a senadores governistas para o depoimento à CPI da Pandemia do diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior.

    Segundo relatos feitos por assessores presidenciais à CNN, que teve acesso ao conteúdo, o documento foi enviado por integrantes do Palácio do Planalto para municiar a tropa de choque governista.

    A inquirição seria realizada na última quinta-feira (16), mas, com a ausência do depoente, foi remarcada para a próxima quarta-feira (22). Procurada pela CNN, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) da Presidência da República não comentou o conteúdo da relação.

    No documento, ao qual a CNN teve acesso, a sugestão é para que os senadores governistas defendam o tratamento precoce e coloquem em dúvidas as denúncias contra a empresa de saúde.

    A sugestão é ainda para que o depoente discorra sobre um experimento que teria sido feito pela Prevent Senior mostrando uma eventual eficácia na utilização da hidroxicloroquina.

    O medicamento, no entanto, não tem comprovação científica no tratamento ao novo coronavirus, como atestam pesquisas nacionais e internacionais.

    O documento também estimula os senadores governistas a colocarem em dúvida, durante o questionamento a Pedro Batista, se o tratamento precoce levou à morte de pacientes, na tentativa de mostrar que o seu saldo teria sido mais positivo que negativo no combate ao coronavirus.

    Um dossiê foi enviado à CPI da Pandemia por ex-funcionários da Prevent Senior com denúncias contra a empresa. Uma delas é o uso indiscriminado do chamado kit covid, com cloroquina e azitromicina, numa espécie de tratamento experimental.

    Segundo a denúncia dos médicos, a Prevent Senior teria se associado ao chamado gabinete paralelo na estratégia do governo federal de influenciar a população a usar medicamentos sem eficácia comprovada para a cura ou prevenção da Covid-19.

    O dossiê entregue à CPI da Pandemia também mostra que a empresa teria omitido mortes de pacientes que participaram de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, para tratar a Covid-19.

    O advogado da Prevent Senior, Aristides Zacarelli Neto, disse à CNN que não teve acesso a nenhum documento que deu lastro às denúncia. “Elas são feitas sempre de maneira anônima”, criticou.

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