Planalto só vai vetar “fundão eleitoral” se valor for “esdrúxulo”, dizem fontes
Relator do Orçamento, Luiz Carlos Motta, deve apresentar ainda hoje (19) o seu texto para que seja votado amanhã na comissão mista de Orçamento
O Palácio do Planalto só vai vetar o “fundão eleitoral” se o valor for “esdrúxulo” e tiver alguma inconstitucionalidade no texto, disseram à CNN fontes do governo.
O relator do Orçamento, Luiz Carlos Motta, deve apresentar ainda nesta terça-feira (19) o seu texto para que seja votado amanhã na comissão mista de Orçamento. A tendência é que fique em R$ 4,9 bilhões, mas valor pode cair.
O valor é o mesmo gasto na última eleição presidencial em 2022 e mais que o dobro dos R$ 2 bilhões gastos nas eleições municipais em 2020.
A Câmara vinha defendendo o montante mais alto, enquanto o Senado preferia R$ 2 bilhões.
A avaliação do Planalto é que se trata de um embate dentro do próprio Legislativo, que pode respingar no presidente Lula. O Executivo quer evitar comprar brigas com o Congresso.
Bolsonaro chegou a vetar um “fundão eleitoral”, apenas para ter seu veto derrubado com o apoio do seu próprio partido. O PT, de Lula, também apoia o “fundão eleitoral”.
Especialistas ouvidos pela CNN afirmam que não faz sentido gastar o mesmo dinheiro com eleições presidenciais e municipais. Embora o número de candidatos seja maior nas eleições municipais, eles se deslocam muito menos.
Algumas candidaturas não chegam a receber recursos, porque os partidos privilegiam eleições em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, o que gera reclamações dos parlamentares.
Os especialistas ponderam, no entanto, que o maior problema é a ausência de um critério para o fundo eleitoral, como, por exemplo, um valor por eleitor.