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    Planalto pressionou Pazuello a mudar estratégia da vacina em reunião na segunda

    Encontro do ministro com Bolsonaro ocorreu no gabinete presidencial por volta das 17h30, horas após Doria anunciar o início da vacinação em São Paulo

    Igor Gadelhada CNN

    A mudança de postura do Ministério da Saúde em relação à vacinação contra a Covid-19 nesta semana ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro pressionar o titular da pasta, Eduardo Pazuello, em uma reunião na última segunda-feira (7), no Palácio do Planalto.

    O encontro ocorreu no gabinete presidencial por volta das 17h30, horas após o governador João Doria (PSDB) anunciar o início da vacinação em São Paulo para 25 de janeiro com a Coronavac, imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

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    O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello
    O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
    Foto: Adriano Machado/Reuters (9.jun.2020)

    Além de Pazuello, participaram da reunião o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, os ministros Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações) e o secretário de Comunicação Social, Fábio Wajngarten.

    Segundo relatos de fontes do governo, Bolsonaro orientou Pazuello a “agilizar” o processo de vacinação no Brasil e abrir perspectivas para outras vacinas a serem compradas pelo Brasil, além da de Oxford, até então a principal aposta do Ministério da Saúde.

    O presidente teria orientado o ministro a fazer uma espécie de “pool” de vacinas. Também reiterou que Pazuello deveria deixar claro que a vacinação no Brasil não será obrigatória e que o país só vai comprar e distribuir imunizantes aprovados pela Anvisa.

    Além do avanço da Coronavac, pesou para o presidente cobrar celeridade na vacinação a perspectiva de que o Brasil só começaria a vacinar sua população mais de um mês depois de outros países, que já começaram a imunizar seus habitantes nesta semana, como o Reino Unido.

    A pressão de Bolsonaro surtiu efeito imediato em relação ao Ministério da Saúde. Ainda na noite de segunda-feira, o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, anunciou que assinaria um memorando de intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer.

    Na quarta-feira (9), foi a vez de Pazuello dar uma entrevista exclusiva à CNN dizendo que a vacinação poderia começar ainda entre dezembro ou em janeiro. Até então, a previsão oficial do Ministério da Saúde era para início da vacinação em março.