Planalto consulta Arthur Lira e decide manter Ricardo Barros na liderança
A avaliação é a de que uma demissão agora seria um atestado de que houve irregularidades na aquisição da vacina Covaxin



Após conversas durante o final de semana que se estenderam para esta segunda-feira (28), o Palácio do Planalto decidiu manter no cargo o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros.
A avaliação é a de que uma demissão agora seria um atestado de que houve irregularidades na aquisição da vacina Covaxin e que é melhor aguardar o desenrolar da CPI.
Nos bastidores, o governo considera que pelo que se apresentou na CPI na sexta-feira, não é suficiente para tirá-lo da liderança do governo na Câmara. A avaliação é a de que é melhor aguardar pelo menos até que o próprio Barros vá a CPI para dar suas explicações.
Além disso, o governo tem questionado a credibilidade do deputado federal Luis Miranda, que já foi denunciado pelo Ministério Público por estelionato.
O deputado virou alvo da CPI da Pandemia depois que o deputado federal Luis Miranda disse que ouviu do presidente Jair Bolsonaro que o polêmico contrato para aquisição de vacinas Covaxin era “rolo” de Barros.

Nesta segunda-feira (28), ele se reuniu com outros senadores e disse que prestará esclarecimentos na comissão. Barros inclusive procurou o presidente da CPI, Omar Aziz, dizendo-lhe estar disposto a falar. Ele também teria pontuado que as acusações a ele decorrem muito mais pelo fato de ter sido ministro da Saúde de Michel temer e nesta ocasião ter feito um contrato com a Global, dona da Precisa, na qual o material não foi entregue do que com o caso Covaxin.
A posição do presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre o episódio, também foi determinante para a manutenção de Barros no cargo. Os dois são do mesmo partido, o PP, embora não integrem internamente o mesmo grupo.
Mas o Palácio do Planalto e Arthur Lira têm avaliações semelhantes sobre o deputado Luís Miranda e avaliaram nas conversas que é melhor seguir adiante e aguardar os desdobramentos.