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    PL defenderá Bolsonaro, mas o trata, no bastidor, como “melhor cabo eleitoral do que candidato”

    MP Eleitoral se manifestou pela inelegibilidade do ex-presidente na ação sobre reunião com embaixadores; partido dirá que ele está sendo perseguido

    Da CNN

    O PL defenderá o ex-presidente Jair Bolsonaro em relação ao caso que pode deixá-lo inelegível por suposto abuso de poder político durante reunião com embaixadores em 2022. As informações são de Leandro Resende, analista de Política da CNN.

    A sigla dirá que o ex-chefe de Estado está sendo vítima de uma injustiça e de arbitrariedade. Além disso, irão disputar essa narrativa nas redes sociais, tentando emplacar que Bolsonaro está sendo perseguido pelo sistema de Justiça, eleições e mídia.

    Entretanto, uma pessoa próxima ao presidente do partido, Waldemar Costa Neto, afirmou que “não será tão ruim Bolsonaro ser declarado inelegível”.

    Isso porque, segundo um articulador político ouvido pela CNN, o ex-presidente poderia ser um cabo eleitoral, “transferindo” os votos para outro candidato, mas não a rejeição.

    Há uma leitura por integrantes da sigla de que a rejeição de Jair Bolsonaro foi mais decisiva para a derrota na eleição presidencial de 2022 do que os votos angariados por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Entre os nomes ventilados nos bastidores para possivelmente ser esse candidato estão o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama.

    Bolsonaro pode ficar inelegível

    Na noite desta quarta-feira (12), o Ministério Público Eleitoral se manifestou a favor da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por entender haver indícios de abuso de poder político nos ataques proferidos por ele contra o sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho do ano passado.

    O abuso de poder político é uma conduta ilegal praticada na campanha eleitoral e ocorre nas situações em que o acusado se vale de sua posição para agir de modo a influenciar o eleitor. A punição para este tipo de ilícito é a inelegibilidade por oito anos, período no qual o político não pode disputar eleições.

    Cabe agora ao ministro Benedito Gonçalves, relator da ação, elaborar seu relatório sobre o caso e escrever seu voto.

    Depois disso, ele envia um comunicado à presidência do TSE informando que a ação está pronta para ser julgada. É o ministro Alexandre de Moraes, presidente do tribunal, quem marca a data do julgamento.

    Naquele encontro em julho de 2022, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida, sem apresentar provas, a lisura do sistema eleitoral, a acusar, sem embasamento, as urnas eletrônicas de serem fraudadas e a atacar opositores e ministros do STF e do TSE.

    A defesa de Bolsonaro negou qualquer tipo de irregularidade e alegou, entre outras coisas, que se tratou de um ato do governo e não eleitoral e que não se pode admitir tentativa de partidos utilizarem o Judiciário para cercear a discussão democrática.

    A defesa de Bolsonaro também vem alegando que a postura do ex-presidente não significa que ele seja contra as regras do jogo eleitoral e nem que ele atue contra a democracia e que é legítimo que ele exponha suas dúvidas sobre o sistema.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

    *com informações de Teo Cury e Caio Junqueira, da CNN