PGR pede que Dario Messer volte à prisão em regime fechado
Messer, conhecido como "doleiro dos doleiros", já havia sido beneficiado com a prisão domiciliar pelo juiz Marcelo Bretas, em 26 de março


A Procuradoria Geral da República pediu nesta segunda-feira (13) que o doleiro Dario Messer, acusado de lavagem de dinheiro nas investigações da Operação Lava Jato, volte à prisão em regime fechado. Na última segunda (6), o Superior Tribunal de Justiça concedeu o direito de prisão domiciliar a Messer por considerá-lo integrante do grupo de risco para a COVID-19 (ele tem 61 anos, é hipertenso e fumante).
A subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo, pede que a Justiça suspenda, por meio de uma decisão liminar, a decisão do ministro do STJ Reynaldo Soares da Fonseca, que concedeu a prisão domiciliar a Messer. A subprocuradora também pede que o mérito da decisão seja analisado pelo Tribunal. Ela alega que “não se encontram presentes as circunstâncias fáticas que justificam tal conversão” dada ao doleiro.
Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros”, já havia sido beneficiado com a prisão domiciliar pelo juiz Marcelo Bretas, em 26 de março. O desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, cassou o benefício. O ministro do STJ, então, concordou que Messer tenha direito à prisão domiciliar.
Dario Messer é acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O doleiro teve prisão decretada em maio de 2018, mas ficou foragido até julho de 2019, quando foi preso pela Polícia Federal em São Paulo.
Em dezembro de 2019, o Ministério Público Federal abriu investigação, no âmbito do STJ, para apurar suspeita de pagamentos ilícitos ao procurador Januário Paludo, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. A investigação tem como base um relatório da Política Federal que aponta ligação de Paludo com Dario Messer.
Em diálogos interceptados pela PF, Messer diz que o procurador “é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”, segundo reportagem do “UOL”. Os “meninos” são dois homens que, segundo a PF, trabalharam para Messer em operações de lavagem de dinheiro.