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    PF: Ramagem monitorou investigação do Caso Marielle

    Deputado federal e ex-diretor-geral da Abin também determinou consultas sobre a investigação do atentado a faca contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrido em 2018

    Lucas SchroederElijonas Maiada CNN São Paulo e Brasília

    O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), monitorou a investigação dos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, enquanto era chefe do órgão de inteligência.

    A informação consta na representação da Polícia Federal (PF) que embasou a quarta fase da Operação Última Milha, realizada nesta quinta-feira (11). A investigação mira um esquema de espionagem ilegal que monitorou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos e jornalistas.

    Segundo a representação da PF:

    “O resumo das denúncias relacionadas ao caso MARIELLE em 2019 foi impresso pelo Del. ALEXANDRE RAMAGEM enquanto diretor da ABIN. A impressão de documentos e informações se prestava para que informações de ‘inteligência’ pudessem ser levadas aos destinatários em regra integrantes do NÚCLEO-POLÍTICO. As considerações finais do documento relacionado ao Delegado de Polícia Civil indicam que o monitoramento da investigação ocorreu para antecipar eventuais referências que indevidamente vinculassem o NÚCLEO-POLÍTICO”.

    Ainda de acordo com a representação, Ramagem também determinou consultas à investigação envolvendo o atentado a faca contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando ele era pré-candidato à Presidência da República, em 2018.

    “A ‘investigação paralela’ relacionada ao caso MARIELLE não foi a única, posto que foram realizadas diligências relacionadas ao CASO ADÉLIO. O Diretor Alexandre Ramagem em 10/03/2022 determinou ao subordinado BORMEVET que este realizasse uma análise de dados disponíveis relacionados ao caso ADÉLIO., diz o documento.

    O que diz Alexandre Ramagem

    O ex-diretor-geral da Abin se manifestou, nas redes sociais, a respeito do caso na manhã desta sexta-feira (12).

    “Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas.

    O tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado.

    A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin.

    Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas, na verdade, não. Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade.

    Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial.

    A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação.

    Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional.

    Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa.

    No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro.”

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