PF não identificou “megafinanciadores” do 8/1, diz diretor-geral
Andrei Rodrigues diz que financiamento dos atos foi "disperso"
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que a instituição não identificou “megafinanciadores” dos atos de 8 de janeiro de 2023, que contaram com ataques à sede dos Três Poderes, em Brasília.
“Muitas vezes, na expectativa de algumas pessoas, haveria um ou dois, ou um grupo de megafinanciadores com vários milhões para essa atuação orquestrada para o golpe de Estado”, disse Rodrigues, que complementou: “a investigação provou que não, pelo menos nós não conseguimos identificar que isso tenha acontecido”.
A declaração foi feita na segunda-feira (27) em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Apesar de negar a existência de grandes patrocinadores, Andrei Rodrigues afirmou que havia um “financiamento disperso” por trás dos atos, e que os financiadores foram responsabilizados.
“O que havia, sim, era esse financiamento disperso onde uma pessoa fornecia determinado insumo, outra uma questão logística, outra recursos e isso está lá apontado no inquérito policial”, continuou o diretor.
“Portanto, sim, nós responsabilizamos os financiadores”, completou.
Ainda na última quinta-feira (23), o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que, se a produção de provas do inquérito do golpe for finalizada ainda no mandato dele de presidente, ele irá pautar “imediatamente” a Suprema Corte.
Ainda durante a entrevista, Rodrigues mencionou ser contrário à anistia para condenados pelos atos. De acordo com o diretor da instituição, os crimes apurados pela Polícia Federal são de “altíssima gravidade”.
“Nós fizemos uma investigação muito dura, muito séria, muito consistente e que apura crimes de altíssima gravidade”, afirmou. “Eu, e aqui é a minha opinião pessoal, não acho razoável que se fale em anistia para quem comete esse crime dessa magnitude”.
Operação Lesa-Pátria
Em 2024, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Lesa-Pátria, que investigou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A ação teve mais de 28 fases deflagradas.
A CNN apurou que parte dos alvos eram empresários que teriam financiado as ações que vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
O financiamento se deu, por exemplo, por meio de pagamento de combustíveis e passagens para pessoas saírem do estado para a capital, aponta a PF.