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    PF indicia Alckmin e mais dois por corrupção e lavagem de dinheiro

    O indiciamento ocorre no âmbito da Operação Lava Jato e tem como base delações premiadas de executivos do Grupo Odebrecht

    Paulo Toledo Piza, da CNN em São Paulo

    A Polícia Federal indiciou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e mais dois pela prática dos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.

    O indiciamento ocorre no âmbito eleitoral da Operação Lava Jato e tem como base delações premiadas de executivos do Grupo Odebrecht. 

    Segundo a PF, além da colaboração premiada, os investigadores usaram prova pericial nos sistemas de informática da Odebrecht, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas via Skype e telefônicas, além de análise de documentos indicando a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel.

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    Em entrevista exclusiva à CNN, Alckmin disse que quem tem vida pública precisa prestar contas. “Embora não tenha sequer sido ouvido, vou prestar contas”, disse. “Não recebo um centavo de dinheiro público.” O tucano governou São Paulo de 2001 a 2006 e depois de 2011 e 2018.

    Além do ex-governador, foram indiciados o ex-tesoureiro do PSDB Marcos Antônio Monteiro e o advogado Sebastião Eduardo Alves de Castro.

    O advogado Vinícius Lapetina, que defende Castro, disse que “não teve acesso à decisão de indiciamento e tomou conhecimento do fato pelas notícias da imprensa”. “Em primeiro lugar, o Sebastião nega veementemente qualquer participação em ato ilícito e sua defesa credita a conclusão da polícia federal ao trabalho atabalhoado realizado, em que elementos de provas foram manipulados de forma ilícita e um cenário fático parece ter sido construído de maneira fantasiosa e inverossímil”, afirmou em nota.

    Em nota, a defesa de Marcos Antônio Monteiro disse que, apesar de não ter tido acesso à “conclusão policial” e de Monteiro não ter sido ouvido, “lamenta a divulgação pública de relatório, sobretudo quando não existe corroboração com a realidade dos fatos.”

    A defesa de Monteiro também afirmou que já se colocou “à disposição das autoridades para esclarecimentos e que tem confiança que o Poder Judiciário avaliará corretamente os fatos investigados”, e que “Marcos Monteiro sempre pautou sua vida pública com absoluta lisura e austeridade.”

    Em nota, o presidente nacional do PSDB, deputado federal Bruno Araújo, defendeu o tucano. “Governador quatro vezes de São Paulo, quase cinco décadas de vida pública, médico, Geraldo Alckmin sempre levou uma vida modesta e de dedicação ao serviço público. É uma referência de correção e retidão na vida pública. Tem toda a confiança do PSDB”, disse o parlamentar.

    A Odebrecht informou em nota que “a notícia de hoje se refere ao passado”. “É o desdobramento judicial de fatos apontados ou reconhecidos há alguns anos pela própria Odebrecht. Desde os acordos firmados com as autoridades brasileiras e estrangeiras, em 2016, a Odebrecht passou por profunda transformação. Mudou sua forma de atuação e implantou controles internos mais rigorosos que reforçam o compromisso da empresa com a ética, a integridade e a transparência”, disse a empresa.

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