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    PF diz ao STF que Bolsonaro não cometeu crime ao trocar diretor-geral defendido por Moro

    Segundo delegado, testemunhas ouvidas disseram que nunca receberam ordens para "interferir ou influenciar investigações" da corporação

    Gabriel Hirabahasida CNN Em Brasília

    A Polícia Federal concluiu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não cometeu crime na troca do comando da PF em 2020, episódio que culminou na demissão de Sergio Moro, que era o ministro da Justiça e Segurança Pública à época e levou à abertura de inquérito no STF para apurar suposta interferência do presidente na corporação.

    Segundo a PF, não há “elementos indiciários mínimos” de crime na troca feita por Bolsonaro no comando da Polícia Federal. O relatório consta em um volume de documentos encaminhados pela corporação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quarta-feira (30).

    A PF também livrou Moro de quaisquer acusações no caso.

    O delegado Leopoldo Soares Lacerda, que assina o relatório da PF, relatou, no documento de 99 páginas, que os investigadores não encontraram “nenhuma prova consistente” que indicassem o cometimento de algum crime.

    Lacerda ressalta que, ao longo de quase dois anos de investigação, foram ouvidas 18 pessoas, realizadas perícias, análises de dados, além de quebra de sigilos telemáticos. Ainda assim, nenhum elemento levou a algum crime, segundo a PF.

    “Muito pelo contrário, todas testemunhas ouvidas foram assertivas em dizer que não receberam orientação ou qualquer pedido, mesmo que velado, para interferir ou influenciar investigações conduzidas na Polícia Federal”, disse o delegado.

    “Os vastos elementos reunidos nos autos demonstram a inexistência de ingerência política que viessem a refletir diretamente nos trabalhos de Polícia Judiciária da União. Aliás, quando aventada a hipótese de irregularidade na condução de alguma investigação, o próprio sistema de persecução penal, ancorado na constante vigília da Justiça e no controle externo do Ministério Público, gerou apurações que visaram a verificação da lisura do procedimento questionado, como ocorreu nos casos do vazamento da Operação Furna da Onça e do inquérito que apurou a prática de crime eleitoral”, relatou.

    O caso envolve a demissão de Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal, em 2020. Na oportunidade, o então ministro Sergio Moro foi frontalmente contra a exoneração de Valeixo, fato que levou o ex-juiz da Lava Jato a pedir demissão do governo Bolsonaro.

    No dia em que apresentou seu pedido de exoneração, Moro acusou o presidente da República de ter tentado interferir politicamente na PF para beneficiar aliados políticos e familiares.