Peço que Lira decida para podermos recorrer, diz Molon sobre ‘superpedido’
Deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) diz quais os próximos passos do pedido, que foi protocolado nesta semana em Brasília
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) defendeu em entrevista à CNN que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decida sobre o “superpedido” de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mesmo que seja para recusá-lo.
Líder da oposição na Câmara dos Deputados, Molon argumentou que, se Lira disser não, os parlamentares contrários ao governo podem recorrer ao Plenário da Câmara, o que não poderia acontecer, diz, caso o presidente da Casa opte por não tomar nenhuma decisão agora.
“É muito ruim que essa decisão dependa apenas de uma única pessoa. Vamos pedir que ele decida, assim temos a chance de recorrer da decisão ao invés de ficar aguardando que o pedido durma em sua gaveta até o fim do ano que vem”, argumenta.
O deputado Alessandro Molon explicou como está sendo visto o ‘superpedido’ de impeachment protocolado na última quarta-feira (30) pelo grupo que lidera no Parlamento.
“Conseguimos juntar diversos grupos e posições políticas nesse superpedido: pessoas de ideologias diferentes, organizações sociais e representantes de movimentos. Ele junta o conteúdo de 122 pedidos e elenca 23 crimes de responsabilidade diferentes cometidos pelo presidente. Temos esperança que o presidente da Câmara se sensibilize e permita que a Câmara cumpra seu papel”, diz, referindo-se a Arthur Lira (PP-AL).
O fato de Hamilton Mourão (PRTB) assumir em caso de afastamento de Bolsonaro não é motivo para temer dar prosseguimento ao processo, diz Molon. “Temos dúvidas sobre os compromissos dele com a Constituição e com a democracia, mas não deixaremos de lutar por essa razão”.
O deputado ainda aponta semelhanças com os Estados Unidos. “São muitos problemas, por isso somos obrigados a cobrar do presidente, que é reincidente. Todo mundo percebeu que ele quer tentar o mesmo que Trump. Ele será derrotado nas eleições se não for afastado antes. Nosso dever é afasta-lo pelo impeachment”.