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    Pastor Everaldo influenciou contratos de hospitais de campanha, diz delator

    Oex-secretário de saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos afirmou que pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, teve influência sobre a contratação da Iabas

    O pastor Everaldo, do PSC
    O pastor Everaldo, do PSC Foto: Marcelo Camargo - 15.jul.2014/ Agência Brasil

    Leandro Resendeda CNN

    Em depoimento prestado a procuradores do Ministério Público Federal, o ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos afirmou que Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, teve influência sobre a contratação da empresa Iabas para a construção e gestão dos hospitais de campanha do estado.

    O acordo celebrado entre a empresa e o estado previa a construção de 7 unidades por R$ 835 milhões (posteriormente repactuado para R$ 770 milhões) – só duas unidades entraram em operação. O governo do Rio pagou R$ 256 milhões para a empresa só neste contrato. 

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    Segundo Edmar Santos, o Iabas possui “forte relação com o grupo liderado por Pastor Everaldo”. Na narrativa do ex-secretário de saúde, a empresa era uma das que mais contribuíram para o abastecimento do “caixa da propina”do grupo que seria liderado pelo presidente do PSC. 

    O advogado Roberto Bertholdo, preso na operação de ontem, teria afirmado a Edmar que gostaria de ampliar a participação do Iabas na administração do estado do Rio de Janeiro.

    Foi ele quem intermediou a contratação da empresa para implementação dos hospitais de campanha do Rio e um esquema de lavagem de dinheiro sofisticado, em troca de propina de 20% sobre os contratos. 

    Os investigadores entendem que Bertholdo firmava ajustes ilícitos entre o Iabas e a Secretaria de Saúde. A participação de Everaldo no esquema está expressa em sua preocupação com a prisão do ex-subsecretário de saúde do Rio Gabriell Neves em maio.

    Responsável por negociar diretamente com o Iabas sobre os hospitais de campanha, Neves foi o primeiro membro da secretaria a ser preso. Após isso, relata Edmar Santos que, assustado, o presidente do PSC lhe mostrou R$ 15 mil reais em dinheiro vivo, supostamente entregues por Wilson Witzel. 

    “Todo esse quadro acima delineado, quando analisado em conjunto com as declarações do colaborador no sentido de que ROBERTO BERTHOLDO vinha realizando abordagens para firmar ajustes ilícitos entre o IABAS e a Secretaria de Saúde, tendo inclusive buscado expressamente articular a contratação para a construção dos hospitais de campanha, bem como de que a mencionada organização social possui relação com o grupo liderado pelo PASTOR EVERALDO, contribuindo com o caixa da propina, não deixa margem de dúvida para a constatação de que houve fraude na escolha do 
    IABAS”. afirmam os investigadores do caso. 

    Em nota, a defesa de Pastor Everaldo, preso ontem, afirmou que ele sempre esteve disposto a colaborar com as autoridades.

    O Iabas nega irregularidades e ressaltou que sempre esteve à disposição das autoridades. “O IABAS tem certeza de que quaisquer acusações serão esclarecidas no curso do devido processo legal”, diz a nota.