Parte do DEM quer partido mais crítico a Bolsonaro
ACM Neto, prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, concorda que o partido tem que reforçar uma postura de independência em relação ao governo federal



Uma parte do DEM defende que o partido assuma uma postura mais crítica em relação ao governo Jair Bolsonaro, o que incluiria apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as acusações do ex-ministro Sérgio Moro.
“O DEM tem que ser opção, e não Centrão”, afirmou um deputado do partido, numa referência às negociações do Planalto com agremiações como PP, Republicanos, PL e PSD. Para este parlamentar, o DEM deveria se reaproximar do PSDB .
De acordo com o deputado, ACM Neto, prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, concorda que o partido tem que reforçar uma postura de independência em relação ao governo federal, mas isso com muito cuidado e equilíbrio, sem ingressar na oposição.
Neto, que esteve com Bolsonaro na semana passada, tem dito a correligionários que o DEM, por presidir a Câmara dos Deputados e o Senado, tem que agir de maneira cautelosa.
A migração para uma postura mais crítica teria também o cuidado de preservar a imagem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos alvos principais dos bolsonaristas. “Eles querem caracterizar o Rodrigo como inimigo principal do presidente”, ressaltou.
Nesta segunda, em entrevista coletiva, Maia descartou a abertura, nesse momento, de CPI ou de processo de impeachment. Segundo ele, é preciso concentrar esforços no combate ao novo coronavírus.