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    Eleições 2022

    Dois Lados: Parlamentares comentam como a religião tem sido incorporada pelas campanhas

    Deputados Lincoln Portela (PL-MG) e Odair Cunha (PT-MG) analisam disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que buscam votos da população evangélica

    Basília Rodriguesda CNN , em Brasília

    No quadro CNN Dois Lados desta quarta-feira (19), Lincoln Portela, deputado federal e vice-presidente da Câmara dos Deputados (PL-MG), e Odair Cunha, deputado federal (PT-MG), analisaram a busca por votos da população evangélica no segundo turno das eleições, que acontece em 30 de outubro.

    Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) buscam os votos que podem fazer diferença na disputa. Os parlamentares foram questionados se a religião pode definir o segundo turno.

    “Na realidade, a religião não define o voto, quem define o voto é o próprio eleitor. A religião a que ele pertence, por certo, pode influenciar no seu posicionamento. Por que não é apenas a questão religiosa, mas é a questão também sindical, da área em que ele trabalha, a questão patronal e várias outras questões. Não é propriamente a questão religiosa, mas é a questão do indivíduo que pratica alguma religião, mas é muito individual o voto”, disse Portela.

    “A religião tem a ver com as crenças, com os valores que a pessoa carrega. Obviamente, na hora dela decidir, ela decide conforme essas crenças e esses valores. Eu diria que influencia o voto. Infelizmente, essa campanha eleitoral ao invés de se discutir um programa para o Brasil, começa-se a discutir valores, com a visão de mundo que cada um dos candidatos têm. Eu acredito que a religião e os valores que cada um carrega são importantes na hora do cidadão decidir como que ele vai votar”, afirmou Cunha.

    Os parlamentares foram questionados sobre possíveis responsabilidades das campanhas, após o registro de situações de intolerância religiosa nas últimas semanas.

    “A campanha de Bolsonaro puxou esse debate da manipulação religiosa. Na medida em que você faz com que líderes religiosos em seus templos peçam voto, você desvirtua o papel da religião. Por que a religião precisa ser o sagrado território, dentro de um templo religioso você precisa respeitar as outras pessoas que vão ali se ligar a Deus, se reconectar com Deus. Ali é um espaço da espiritualidade, não quero dizer que as religiões não possam ter opinião política, o que estou dizendo é que as religiões precisam ser respeitadas e aquele território sagrado precisa ser respeitado”, disse Cunha.

    “Ontem, a igreja luterana de Joinville foi invadida por militantes comunistas, militantes do MST, militantes de outros partidos de esquerda. A igreja luterana está no Brasil desde 1820 aproximadamente e tem 1 milhão e 200 mil membros. É uma igreja que você não vê se manifestar com nenhuma forma de ativismo. O porquê desses ativistas políticos invadirem exatamente uma igreja que mantém uma imparcialidade total em relação aos seus membros até por sua própria cultura […] Lamentavelmente, a imbecilização do mundo – o mundo está imbecilizado, então tudo torna-se relativizado”, afirmou Portela.

    Os parlamentares também foram questionados sobre a presença de fake news em ambientes religiosos.

    “Em todos os lugares têm fake news. As religiões também não estão isentas disso, por que nós temos religiões das mais diversas em todo o mundo […] O desrespeito acontece em vários lugares. Você chega, por exemplo, em uma religião de matriz africana – sem generalizar, você entra também e lá acontece uma manifestação política, onde se joga pipoca em cima do outro candidato, onde se faz campanha para o outro candidato e é também uma religião, por que então falar-se apenas a questão católica e evangélica. A realidade é uma só, isso está acontecendo em todas as religiões”, disse Portela.

    “É preciso ter clareza que as igrejas não são responsáveis pelas fake news. Muitas vezes, você tem neste ambiente religioso elementos dessas igrejas que produzem mentiras. Na nossa concepção cristã, temos sempre que buscar a verdade. A verdade está ligada à realidade factual e não às crenças. Fico admirado de ver, muitas vezes, a gente circular em ambientes onde você vê nitidamente a propaganda de mentiras assim sem nenhum tipo de pudor”, afirmou Cunha.

    Acompanhe o debate completo no vídeo acima.

    (Publicado por Lucas Rocha, da CNN)

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