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    Debate 360: Paraíba endurece isolamento e ES aposta na flexibilização

    Governadores dos dois estados debateram na CNN sobre as melhores formas de combate ao coronavírus

    Da CNN, em São Paulo

    Os estados da Paraíba e do Espírito Santo caminham em sentidos diferentes no combate ao coronavírus, conforme explicaram nesta segunda-feira (11) no Debate 360, da CNN, os governadores João Azevêdo (Cidadania), da Paraíba, e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo.

    Enquanto o Espírito Santo começa a flexibilizar as medidas de distanciamento social, a Paraíba segue endurecendo as regras de isolamento para conter a contaminação de Covid-19 no estado. 

    De acordo com informações dos governadores, até a tarde desta segunda-feira, a Paraíba tinha 135 mortes e mais de 4.600 casos confirmados da doença; enquanto o Espírito Santo tem quase 200 mortes e mais de 2.300 casos confirmados de coronavírus.

    O governador Renato Casagrande, do Espírito Santos, explicou porque iniciou a flexibilização em seu estado. “Temos 60% de ocupação de leitos de UTI, com previsão de mais abertura de leitos nos próximos dias. Queremos debater com a comunidade capixaba, um setor abre um dia, outro em outro dia, é alternado e gradual. Shoppings estão fechados. Todos os serviços administrativos têm que ser feitos em home-office, fechamento de bar e restaurante nos fins de semana, as luzes das praias serão apagadas, para que diminua o tempo do lazer. Esperamos que todos tenham uma dose de responsabilidade, é uma responsabilidade de todos, não só do comércio”. 

    Na contramão da flexibilização, o governador da Paraíba, João Azevêdo, afirmou que os números de infectados no estado estão subindo e, teme pelo colapso na saúde. Azevêdo afirmou que poderá endurecer as regras de isolamento social, caso seja necessário, mas, não acredita que o método ‘lockdown’ funcione no Brasil. 

    “Tenho uma leitura que só será possível flexibilizar quando tivermos casos diminuindo, quando tivermos um número de leitos que ofereça essa garantia, principalmente de UTI. Quando você pega no estado como todo, temos apenas 55% dos leitos ocupados, mas para leito de UTI, já sobe para 65%, 70%. Só vai aumentando o número de casos e o número de óbitos, então seria uma imprudência da nossa parte acharmos que poderemos flexibilizar alguma coisa. O lockdown como foi implementado em muitos países na Europa, não funciona no Brasil, precisaríamos mobiliar toda uma estrutura para que isso fosse possível”

    Defendo um isolamento social cada vez mais rígido, se houver necessidade. Na Paraíba nós vamos endurecer se continuarem aumentando os casos e diminuindo o número de leitos, não vai ter jeito. Estamos subindo uma ladeira, quando estivermos descendo a ladeira, aí poderemos flexibilizar. Existe um índice muito baixo de isolamento social, está faltando consciência coletiva. Uma doença que não tem vacina, nem tratamento, o melhor remédio é o isolamento. Só assim conseguiremos fazer o achatamento da curva, para que o sistema de saúde não entre em colapso”, acrescentou Azevêdo.

    Relações com o governo

    Os governadores da Paraíba e do Espírito Santo comentaram a relação com o governo federal e, o que acham do posicionamento do presidente. 

    “Importante entender que na mudança da equipe do ministério, criou-se um vácuo, a logística que estava sendo implementada para a compra de equipamentos, foi suspensa. Faltou um discurso de liderança. Os estados estão à mercê da sua própria sorte, com o mercado elevando preço dos equipamentos. Temos uma crise política, crise de falta de liderança para conduzir todo esse processo”, afirmou Azevêdo.

    Renato Casagrande acredita que a divergência política federal atrapalha o trabalho nos estados: “O que mais ressentimos do governo federal é a falta de alinhamento de discurso, é muito difícil todos nós estarmos empregando o distanciamento social e você ter o presidente da República todos os dias dando demonstrações claras que isso não é importante, isso confunde a cabeça dos brasileiros, atrapalha o nosso trabalho. O presidente sempre opta pelo enfrentamento, mas dessa vez, é o enfrentamento que tira a vida dos brasileiros, é um equívoco muito grande. Tem gente que por ideologias políticas defende a liberação geral, essa divergência política é o que mais tem causado problema e dificuldade para o trabalho dos estados. 

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