Para PF, silêncio de Bolsonaro é falta de justificativa para eventuais crimes
Investigadores reforçam, sob reserva, que provas e depoimentos sobre suposta tentativa de golpe são "contundentes"
A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a existência de uma trama golpista no governo Jair Bolsonaro (PL) encara com desconfiança o silêncio do ex-presidente em depoimento nesta quinta-feira (22).
Sob reserva, fontes da cúpula da PF avaliam que Bolsonaro não teria como justificar seu envolvimento na suposta tentativa de golpe de estado antes das eleições.
Para investigadores, as provas e depoimentos são “contundentes” — e Bolsonaro não teria como “desmenti-las”. A PF alerta que o depoimento do ex-presidente não é primordial para que a apuração seja concluída.
Segundo relatos feitos à CNN, outros alvos da investigação devem colaborar com os policiais, a exemplo do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, com quem a PF encontrou uma minuta de golpe sugerindo intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições.
Posteriormente, ao monitorar os alvos da investigação, policiais perceberam preocupação no entorno de Bolsonaro após a apreensão do documento. Anderson Torres disse, na época, tratar-se de um “texto apócrifo” que seria descartado.
O depoimento do ex-presidente durou apenas 15 minutos. A defesa afirma que ele permanecerá em silêncio, até que a Justiça autorize acesso a partes do inquérito mantidas sob sigilo.