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    Pandemia volta a crescer no RJ e oito cidades têm 100% dos leitos ocupados

    Secretário de Saúde do Rio disse que há sinais de crescimento da pandemia no estado e não descarta quarta onda

    Leandro Resendeda CNN

     O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, afirmou à CNN que o Estado mostra “sinais” de crescimento dos números da pandemia e não descarta a possibilidade de uma quarta onda.

    De acordo com dados do painel da Secretaria Estadual de Saúde, oito cidades registram nesta sexta-feira (28) 100% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 e 22 cidades estão com pelo menos 80% das UTIs cheias.

    “A gente estava saindo da nossa terceira onda, mas já temos indícios de aumento da contaminação no Estado. Não descarto a possibilidade de estarmos iniciando a quarta onda”, afirmou o secretário estadual. A CNN procurou a Secretaria Municipal de Saúde da capital fluminense e aguarda retorno.

    Leito de UTI no Rio de Janeiro para tratamento de pacientes com Covid-19
    Leito de UTI no Rio de Janeiro para tratamento de pacientes com Covid-19
    Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio

    De acordo com dados do painel da Secretaria Estadual de Saúde, os números mostram que não há uma só área do estado que mereça maior atenção e o problema da alta ocupação de leitos de UTI está em cidades espalhadas por todo estado, como Itaperuna, Nova Friburgo e Rio das Ostras. Outros municípios, como Volta Redonda, no Sul Fluminense, registram 90% de leitos ocupados. No total, 22 cidades estão com pelo menos 80% das UTIs cheias.

    Ao falar em “quarta onda”, Chieppe se refere aos outros três momentos em que houve explosão de casos de covid no Rio de Janeiro. No estado, a dinâmica da doença seguiu padrões diferentes do que se viu no restante do Brasil:

    1a onda: escalada de casos entre março e abril, com pico registrado entre os dias 03 e 17 de maio de 2020.

    2a onda: novo aumento de casos a partir de outubro, com pico registrado ao longo do mês de novembro de 2020.

    3a onda: pico de casos entre fevereiro e março deste ano, com pequena redução a partir de abril.

    Há diferenças no perfil epidemiológico das ondas, sobretudo entre as duas primeiras e a terceira. Enquanto até novembro houve um registro maior de atendimentos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), a terceira onda se notabilizou por um número de maior de internações. A razão, segundo a Secretaria de Saúde, é a predominância da variante P1, linhagem do coronavírus identificada primeiro no Amazonas.

    Para Rivaldo Venâncio, representante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Conselho de Análise Epidemiológica do Rio, “ondas” de contaminação” da Covid-19 não seguem o mesmo padrão em todo o país. “A dinâmica da pandemia no Rio é muito diferente, são tempos diferentes”, afirmou ele.

    Segundo ele, o momento é de observar de perto se o Rio irá conseguir retomar o ritmo de redução de casos e internações. “Estamos em um momento de oscilação. Se é um repique ou se vamos ter novamente uma ascensão de casos consistente, é algo a se acompanhar”, avaliou.

    Para o Brasil, de uma forma geral, não é possível falar em “terceira onda”, na avaliação do pesquisador Raphael Guimarães, do Observatório Covid-19 da Fiocruz.

    A nomenclatura do momento da pandemia não é consenso entre os cientistas, mas ele considera que os dados não apontam para um momento muito diferente para o País em comparação com o pico de mortes de março e abril. “Tivemos uma redução de óbitos sem redução sustentada de casos. Podemos estar num prolongamento desse momento grave”, disse o pesquisador.

    A CNN mostrou, nesta semana, que a Fiocruz prevê crescimento da média diária de mortes nos próximos dias. De fato, o aumento no número de casos costuma ser seguido, cerca de duas semanas após, pela elevação do número de óbitos por Covid-19. Mantida essa tendência, se prevê um aumento na próxima semana para valores em torno de 2,2 mil óbitos por dia (2 mil a 2,4 mil, considerando a margem de erro do modelo)”, diz a Fiocruz.

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