Painel CNN: Especialistas debatem se tom de Lula com Bolsonaro é de “revanche”
Lula afirmou em seu discurso durante a cerimônia de posse que quem errou "responderá por seus erros dentro da lei"
Em painel promovido pela CNN nesta segunda-feira (2), o promotor de Justiça e professor de Direito Constitucional Clever Vasconcelos, o professor de Direito Administrativo da PUC-SP Adilson Dallari e o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, discutiram se há tom de “revanchismo” no discurso da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No domingo (1°), Lula tomou posse como presidente da República e falou, em seu discurso durante a cerimônia, que “não carrega nenhum ânimo de revanche”, mas que quem errou “responderá por seus erros dentro da lei”.
O presidente também relembrou os mortos pela pandemia da Covid-19 no país e disse que o que ocorreu foi um genocídio.
O promotor Clever Vasconcelos acredita que toda administração deve ser feita sem revanchismo e que é importante manter um clima político positivo.
Para ele, “judicializar a questão política é grave, devemos seguir fatos concretos, mas não tornar esse tipo de processo judicial um revanchismo politico a ponto de desestabilizar relações econômicas e politicas”.
O professor Adilson Dallari defende que não houve crime de genocídio durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Há diferença entre narrativa e fatos. Não há tipificação de crime de genocídio. Erros e crimes não são a mesma coisa, não vejo a menor possibilidade de uma ação penal por crime de genocídio, o qual é inexistente”, declarou.
Kakay, por outro lado, declara que discurso de Lula não foi baseado no revanchismo, foi baseado na justiça.
“É difícil ver alguém cometer tantos crimes quanto o Bolsonaro cometeu, não tenho dúvida que ele será responsabilizado. Não há revanchismo nisso, é justiça. Teremos uma investigação séria, com fatos”, disse.
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