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    Oposição resiste em atacar Cid e grupo de WhatsApp silencia

    CNN confirmou que Mauro Cid disse à Polícia Federal que Jair Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas para discutir detalhes de um plano para não deixar o poder

    Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid em depoimento à CPMI do 8 de janeiro
    Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid em depoimento à CPMI do 8 de janeiro Foto: Roque de Sá/Agência Senado

    Renata AgostiniPedro Venceslauda CNN

    em Brasília e São Paulo

    Deputados bolsonaristas e lideranças da oposição no Congresso ligadas às Forças Armadas disseram à CNN em caráter reservado que não seguirão uma eventual orientação do entorno do ex-presidente para fazer uma ofensiva contra o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Segundo revelado pelo jornal O Globo e o portal Uol, e confirmado pela CNN, Cid afirmou à Polícia Federal que o ex-presidente se reuniu com a cúpula do Exército, Marinha e Aeronáutica para discutir detalhes de um plano para não deixar o poder.

    Veja também — Mauro Cid em delação premiada: Bolsonaro discutiu minuta do golpe com militares

    Até o momento, segundo informou um deputado oposicionista à CNN, apenas o deputado Bibo Nunes (PL-RS), teria se manifestado sobre assunto no grupo de WhatsApp da oposição, que tem cerca de 120 parlamentares.

    Em reserva, aliados de Bolsonaro disseram que o grupo não pode “atacar militares” e que não se sabe o que mais Cid pode entregar.

    O que dizem as defesas?

    Em nota, a defesa de Mauro Cid cita as matérias da imprensa sobre “possíveis reuniões com a cúpula militar para avaliar golpe no país” e afirma que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.

    Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiram um comunicado alegando que o ex-presidente “jamais compactuou” com qualquer movimento ilegal. Eles afirmam que o ex-presidente “durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”.

    A defesa ainda alega que Bolsonaro “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito”.

    Por fim, os advogados afirmaram que vão adotar “medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso”.

    Marinha do Brasil divulgou uma nota à imprensa esclarecendo que “não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid” e “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

    No comunicado, a Marinha ainda reafirma que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”. E reitera que “eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”.

    CNN também entrou em contato com Exército e Aeronáutica, mas ainda não teve retorno.