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    Oposição no Senado quer ouvir adversários de Maduro

    María Corina Machado e Edmundo González podem ser convidados para falar sobre o processo eleitoral venezuelano em audiência na Comissão de Relações Exteriores

    Gabbriela VerasEmilly Behnkeda CNN , Brasília

    Diante do impasse sobre as eleições na Venezuela, integrantes da oposição no Senado avaliam a possibilidade de ouvir os adversários políticos de Nicolás Maduro. María Corina Machado e Edmundo González podem ser convidados pelos senadores para esclarecer o lado da oposição a Maduro e repassar mais informações sobre a situação do país vizinho.

    O líder do PL, senador Carlos Portinho (PL-RJ), afirmou que há uma movimentação natural entre os congressistas diante do que chamou de um “descalabro” ao se referir às eleições venezuelanas.

    “O Senado quer entender a posição do nosso país, do Brasil, diante de tudo isso. Há algumas movimentações para convidar a Maria Corina e o candidato, em tese, derrotado, o Edmundo, para a gente poder entender. Assim a gente vai poder ter uma visão do todo e entender melhor o posicionamento que o Brasil está adotando que, em principio, surpreende todo o mundo”, disse à CNN.

    O presidente nacional do PP e líder da minoria no Senado, Ciro Nogueira (PI) avalia que os requerimentos serão bem aceitos pelo parlamento.

    “Tenho certeza que a grande maioria do Congresso [apoiará]. Nós vamos dar total apoio a esses dois grandes líderes, que foram alijados por uma fraude eleitoral, por um golpe pelo Maduro. [Faremos] tudo que a gente puder fazer para fortalecer esse processo. Não vamos poder deixar isso sem apoio, não”, afirmou à CNN.

    Apesar da movimentação, os pedidos ainda não foram protocolados. Os requerimentos devem ser analisados pela Comissão de Relações Exteriores.

    Principal líder oposicionista na Venezuela, María Corina Machado foi impedida de concorrer nas eleições. O pleito foi disputado por Maduro e Edmundo González.

    De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pelas eleições na Venezuela, Maduro foi eleito com 51,2% dos votos, contra 44,2% atribuídos a González. O resultado, entretanto, é contestado pela oposição venezuelana. Segundo Corina, o pleito foi vencido por González com cerca de 70% dos votos.

    Convites acatados

    Em abril, a Comissão de Relações Exteriores aprovou um pedido para ouvir Corina em uma audiência pública. O debate ainda não foi marcado. O requerimento foi apresentado pelos senadores Esperidião Amin (PP-SC), Sergio Moro (União-PR) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

    Se for confirmada a participação da líder oposicionista, será a segunda vez que Corina falará em uma comissão no Senado.

    No ano passado, ela participou de forma virtual de uma audiência da Comissão de Segurança Pública sobre situação na Venezuela. O pedido do debate foi apresentado por Moro.

    Além de Corina e González, a Comissão de Relações Exteriores também poderá ouvir representantes do governo sobre o processo eleitoral na Venezuela.

    O presidente do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que pautará os pedidos apresentados pela oposição para ouvir o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, e a atual embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia de Oliveira. A comissão deve se reunir na próxima quinta-feira (8) e votar os requerimentos.

    O Brasil ainda não se posicionou oficialmente sobre eleições no país vizinho. O governo defende a divulgação das atas eleitorais do pleito antes de se manifestar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entretanto, disse na terça-feira (30) que não teve nada de “grave” ou “anormal” no processo eleitoral na Venezuela.

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