Oposição fará pressão social a Lira por impeachment de Bolsonaro, diz deputado
Deputado Ênio Verri (PT-PR), vice-líder da oposição, diz à CNN que manifestações populares serão ferramenta para convencer presidente da Câmara a ler pedidos
Os partidos e grupos sociais de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) farão pressão social – por meio de protestos – sobre o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) para que ele avalie os mais de 120 pedidos de impeachment já protocolados na Casa, segundo afirmou o deputado Ênio Verri (PT-PR), vice-líder da oposição na Casa, em entrevista à CNN.
“Na verdade, não poderemos convencê-lo porque ele já demonstrou que, se depender dele, não fará a leitura de nenhum dos mais de 120 pedidos de impeachment. Portanto, vamos pressioná-lo”, disse o deputado.
“Neste sentido, o melhor caminho é um ato como esse que ocorreu ontem [na apresentação de um superpedido de impeachment], mas também as manifestações que ocorrerão no dia 3 de julho, além da adesão de setores importantes da sociedade brasileira, como artistas, intelectuais e setores empresariais, que começam a aderir a esse movimento”, completou.
Para Verri, o crescimento desse apoio popular é algo inevitável e será demonstrado por meio das pesquisas de opinião que comprovarão a queda do apoio a Bolsonaro e a ampliação da reprovação de seu governo.
Ele disse ainda que deputados que pretendem se reeleger em 2022 não vão querer ser associados a pecha de “sócios do genocídio” ou “sócios da corrupção no Ministério da Saúde”.
Ele disse ainda não ter dúvida que tanto o superpedido de impeachment quanto os demais já apresentados têm base legal, política e social para serem lidos e debatidos na Câmara.
“No nosso caso [do PT], acreditamos que não só para ser lido, mas que há bases legais para o impeachment ser realizado.”
Questionado sobre as dificuldades para juntar adversários políticos no mesmo movimento a favor do impeachment, Verri afirmou que apesar das diferenças ideológicas, a pauta pela saída do presidente é capaz de os unificar.
Ele disse reconhecer, porém, que a proximidade com as eleições de 2022 podem dificultar o andamento da questão.
“Pode ser que setores digam que não aguentam mais o presidente, mas o processo de impeachment leva 7 meses. Até isso, já seria fevereiro e, pouco depois, as convenções. Então, vamos torcer [a leitura dos pedidos] para passar logo”, declarou.
(*sob supervisão de Elis Franco)