Oposição anuncia Renan Calheiros como relator para tentar garantir acordo
Oposição tem que, depois de eleito, Aziz ceda às pressões do Palácio do Planalto e indique um senador governista para o cargo
Ao anunciar o nome de Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI da Pandemia, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) procurou criar um fato consumado e, assim, garantir a escolha do aliado por Omar Aziz (PSD-AM), indicado para ser o presidente da comissão, que será composta por 11 senadores titulares.
De acordo com as normas das CPIs, cabe ao presidente do grupo — que será eleito em votação secreta — a escolha do relator. Entre os representantes da oposição há o temor de que, depois de eleito, Aziz ceda às pressões do Palácio do Planalto e indique um senador governista para o cargo.
O senador amazonense havia manifestado sua preferência, para o cargo de relator, do outro emedebista da CPI, Eduardo Braga (AM).
Também do PSD, o senador Otto Alencar (BA) era o favorito da oposição para presidir a CPI, mas ele acabou cedendo ao pedido de Aziz e garantiu apoio para o que o colega de partido seja eleito para o cargo.
A posição de Alencar criou um impasse para os cinco senadores mais identificados com a oposição, que ficaram sem maioria para indicar um outro candidato a presidente. O grupo também não quer romper com Alencar, conta com ele para formar o chamado G6 da oposição.
Ao longo da quinta-feira, Rodrigues costurou um acordo e, segundo ele, conseguiu a concordância de Aziz para a indicação de Calheiros. Pela proposta, Rodrigues será eleito vice-presidente da CPI.
Ouvido pela CNN, Calheiros procurou diminuir a tensão. Disse que não postula o cargo de relator, que considera viável fazer “um grande trabalho” apenas como integrante da CPI.