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    Oposição acusa Bolsonaro de distorcer OMS e cobra sanção do ‘coronavoucher’

    Mensagens citam debate sobre verba para custear auxílio de R$ 600 e afirmam que presidente mentiu ao citar organização mundial em pronunciamento

    Políticos de oposição ao governo federal foram às redes sociais nesta terça-feira (31) para criticar o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, que foi exibido em cadeia nacional de rádio e televisão. Para eles, o presidente distorceu fala de Tedros Ghebreyesus, diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), para defender seu posicionamento político.

    “O presidente pode até distorcer palavras, o que é lamentável, por tirá-las de contexto e, assim, desrespeitar a fonte e o verdadeiro significado. Mas ele não conseguirá se desviar da realidade. Precisamos salvar vidas, com o isolamento social”, argumentou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). 

    “O presidente chama rede nacional de rádio e TV para mentir vergonhosamente. Distorce a fala do diretor-geral da OMS, Dr. Tedros, para tentar dar argumentos à sua política genocida”, criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).

    Os políticos da oposição cobraram que o presidente Jair Bolsonaro sancione a lei que cria o “coronavoucher”, auxílio de R$ 600 a abonos e informais para reduzir os impactos da pandemia do coronavírus.

    “[Bolsonaro] Distorceu pronunciamento do diretor da OMS. É evidente que os informais precisam ter o seu ganha-pão. Mas é exatamente o que o governo federal está retardando”, criticou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

    A conta oficial do PSDB fez coro e afirmou que “o presidente da República reconhece finalmente que o coronavírus não é uma fantasia”. “Agora é deixar o discurso de lado e fazer chegar com urgência a ajuda ao bolso dos mais vulneráveis”, disse o partido.

    “O povo precisa de testes, os profissionais de saúde precisam de EPIs, os trabalhadores precisam do Renda Básica”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). As postagens da oposição foram acompanhadas da hashtag #PagaLogoBolsonaro.

    PEC

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, argumenta que é necessária a aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para que o governo possa ter os recursos para pagar o benefício. Essa afirmação foi rebatida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

    Maia disse que uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que flexibilizou as leis orçamentárias e deu mais liberdade ao Executivo, é o suficiente para que o governo possa fazer o pagamento. Quem também criticou Guedes foi o ministro Gilmar Mendes, do STF, que disse que “o momento exige grandeza para se buscar soluções de uma administração pública integrada” e que as regras da Constituição não são obstáculo. 

    OMS

    No pronunciamento, Bolsonaro repetiu o que havia dito pela manhã em frente ao Palácio do Alvorada, dizendo que o chefe da OMS recomendou que as pessoas voltassem ao trabalho para garantir o seu sustento. Tedros Ghebreyesus foi ao Twitter durante a tarde e contrariou essa fala, dizendo que a recomendação 

    Tedros foi ao Twitter reforçar que a orientação do órgão é pelo isolamento e que os governos devem garantir assistência aos mais pobres neste momento. Ele ressaltou que pessoas sem rendas regulares ou reservas financeiras merecem políticas públicas que lhes garantam a dignidade e a possibilidade de cumprir as medidas aplicadas pelos especialistas em saúde. 

    Aliados

    Os políticos próximos ao presidente Jair Bolsonaro também usaram as redes para falar, em tom elogioso, sobre o pronunciamento desta terça. Em comum, as falas dos aliados dizem que Bolsonaro pregou união entre os poderes e enfatizaram as preocupações com a economia.

    “Excepcional pronunciamento do nosso presidente Jair Bolsonaro. Deixou claro que o governo está preocupado com preservação das vidas e a salvaguarda dos empregos. Apresentou as medidas que o governo tem feito em todo país. Solidarizou-se com as famílias que perderam entes queridos”, escreveu o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara.

    “O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento à nação brasileira, deixando claro sua liderança, a preocupação com a vida das pessoas e também em manter a esperança de dias melhores”, disse o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Ramos. “Nosso presidente Jair Bolsonaro conclamou a todos os patriotas a se unirem em um grande pacto pela preservação da vida e dos empregos dos brasileiros”, escreveu o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP).

    O ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi outro a elogiar a postura do presidente. “Parabéns a Bolsonaro pelo pronunciamento conciliador. Isolamento e distanciamento social – fique em casa se puder -com medidas para proteger empresas, renda e emprego e para ampliação da estrutura de saúde.Dessa forma, venceremos essa crise o mais rápido possível. Juntos”, escreveu no Twitter.

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